São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2007

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CPI sobre o Corinthians é protocolada no Congresso

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, o requerimento de criação da CPI do Corinthians foi protocolado na Mesa Diretora do Congresso. Apesar da pressão contra da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), 209 deputados e 38 senadores, 49 parlamentares a mais do que o necessário, apoiaram a criação da CPI.
Para que seja viabilizada, o requerimento precisa agora ser lido em sessão conjunta das duas Casas Legislativas, mas ainda não há previsão de data.
Depois da leitura, os parlamentares têm até a meia-noite do mesmo dia para retirar o apoio à comissão de inquérito.
Para que seja criada, a CPI precisa ter, no mínimo, as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.
Um dos autores da proposta, o deputado Silvio Torres (PSDB-SP) admitiu que muitos parlamentares devem retirar o apoio a pedido dos governadores que têm interesse em sediar jogos da Copa do Mundo em 2014. Mas que confia na "margem de segurança", já que o número de assinaturas coletadas para a instalação é bem maior do que as necessárias.
Ele disse que nos últimos dias, após declarações de Ricardo Teixeira contra a CPI, recebeu telefonema de vários deputados querendo saber se assinaram o documento. Na Câmara, é prática os parlamentares assinarem documentos sem ter plena ciência de seu teor.
No Senado, a pressão da CBF teve efeito prático. Três senadores retiraram o apoio: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e, ontem, Adelmir Santana (DEM-DF).
O democrata justificou que recebeu um telefonema do governador José Roberto Arruda (DEM), que quer sediar o jogo de abertura da Copa, para que não apoiasse a investigação.
A CPI pretende investigar crimes contra o sistema financeiro nacional e a ordem tributária, nas modalidades de sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, por meio de contrato entre a empresa MSI e o Corinthians, além de outros fatos correlatos envolvendo dirigentes, atletas e empresários, entre 2000 e 2007.
Os dois articuladores da CPI, Silvio Torres e Álvaro Dias (PSDB-PR) disseram que são corintianos e que a investigação não deve se ater as denúncias envolvendo o clube.


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