São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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Após 10 anos, Ronaldinho volta vaiado

SÉRIE A No Olímpico, gremistas atiram moedas e xingam ex-ídolo

DANIEL CASSOL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foi sem violência, mas com vaias durante os 90 minutos de jogo, que a torcida do Grêmio recebeu Ronaldinho na tarde de ontem, dez anos depois da saída conturbada do jogador e após a negociação frustrada do início de 2011.
Sem poder entrar com faixas ofensivas ao craque do Flamengo e orientada a não atirar objetos no campo, a torcida usou a garganta para hostilizar o ex-ídolo, chamado de "pilantra" e "traidor".
O desenrolar da partida também colaborou com o clima das arquibancadas.
O Grêmio permitiu que o Flamengo abrisse 2 a 0 -Ronaldinho bateu falta na trave logo no começo-, mas conseguiu a virada no segundo tempo e deixou o rival, derrotado por 4 a 2, seis pontos longe da liderança do torneio.
Desde o desembarque do Flamengo em Porto Alegre, anteontem, a volta de Ronaldinho ao estádio Olímpico foi cercada por um forte esquema de segurança. O Grêmio colocou 250 seguranças particulares para trabalharem na arena gaúcha. A polícia destacou cerca de 500 homens.
Os apelos contra atitudes que pudessem resultar em perda do mando de campo para o Grêmio foram atendidos pela torcida, que se limitou às vaias e usou de criatividade para criticar o atleta.
Ronaldinho apareceu como Judas em uma reprodução da "Santa Ceia". À distância, torcedores jogaram moedas no momento da chegada dos cariocas ao estádio.
Do lado de fora, foram distribuídas cédulas falsas, com o rosto de Ronaldinho e as inscrições "100 caráter" e "Nem Judas traiu duas vezes", que voaram sobre o campo na entrada do jogador.
"É um ambiente quase de festa, parece incrível", disse antes da partida o presidente do Grêmio, Paulo Odone, que tentou contratar Ronaldinho para esta temporada.
No momento em que o locutor do estádio anunciou Ronaldinho na escalação da equipe carioca, "pilantra", "mercenário" e "traidor" foram as qualificações mais usadas pela torcida gaúcha.
Apesar das hostilidades, Ronaldinho foi abraçado por funcionários do Grêmio que conviveram com ele.
"Para quem está acostumado com a torcida do Flamengo, isso não é muito barulho, não", desdenhou Ronaldinho, ao sair de campo.


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