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Azarão entre os homens, país aposta na prova feminina para bater Quênia nas ruas paulistanas
Brasil corre por tri inédito e domínio na São Silvestre
ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Brasileiros e quenianos travam
nesta tarde, nas ruas de São Paulo,
um confronto que vale a supremacia na São Silvestre.
Empatadas com Portugal, as
duas nações possuem 11 títulos,
somadas as provas masculina e
feminina. Mas hoje, na 79ª edição
da mais tradicional corrida de rua
do país, os corredores de Portugal
serão apenas coadjuvantes.
Como entre os homens o favoritismo é dos rivais, que trouxeram
estrelas como Robert Cheruiyot,
25, atual campeão da São Silvestre, e Martin Lel, 24, ganhador da
Maratona de Nova York, a esperança do Brasil está no feminino,
cuja prova começa às 15h15 -a
masculina tem início às 17h.
Com atletas como Maria Zeferina Baldaia, vencedora da prova
em 2001, e Márcia Narloch, ouro
na maratona do Pan de Santo Domingo, o Brasil tem boas chances
de conquistar, pela primeira vez
na história da fase internacional
da corrida, um tricampeonato.
Somente uma vez o país teve
chance semelhante, também com
as mulheres. Há seis anos, as brasileiras vinham de dois títulos seguidos, com Carmem de Oliveira
(1995) e Roseli Machado (1996).
Mas, em 1997, a vitória foi da
equatoriana Martha Tenório.
A maior ameaça para as brasileiras é justamente uma queniana,
único nome de peso entre as competidoras estrangeiras: Margaret
Okayo, 28, vice-campeã da prova
há dois anos e vencedora da Maratona de Nova York em 2001 e
2003. "Estou em boa forma, mas
prefiro não fazer previsões", diz.
Seu discurso modesto contrasta
com o de seus compatriotas. Estreante em São Silvestre, Lel disse
que não sabe o percurso e nem
pretende conhecê-lo. "Vou avaliar meu nível durante a prova,
mas estou confiante na vitória."
Robert Cheruiyot, vencedor no
ano passado, aponta seus companheiros como os mais cotados.
"Todos os quenianos [sete no
total] e o Vanderlei [Cordeiro de
Lima] são bons adversários", analisa ele, que negou haver jogo de
equipe para ajudá-lo. "Falar nisso
é desrespeitar meus colegas."
As chances brasileiras no masculino são mais modestas. O melhor fundista do país, Vanderlei
Cordeiro de Lima, 34, declara não
esperar um grande desempenho
em São Paulo. "Entro na São Silvestre sem compromisso. Espero
chegar entre os dez primeiros."
O brasileiro, ouro na maratona
do Pan-03, diz não estar totalmente recuperado do desgaste da
Maratona de Fukuoka (Japão),
que disputou no último dia 7. Na
ocasião, conseguiu o tempo de
2h10min38s, que o colocou entre
os pré-classificados aos Jogos de
Atenas -o país levará três atletas.
Dando prioridade à participação olímpica, ele aposta em outro
brasileiro. "Acredito no Marilson
dos Santos. No momento, acho
que a experiência conta tanto
quanto o preparo físico."
Marilson, 26, porém, também
prioriza a maratona -deve estrear na prova em março ou
abril- pensando na Olimpíada.
"Estou melhor neste ano do que
em 2002, quando fiquei em segundo lugar. Mas a competição
será forte, e qualquer um pode
vencer", analisa Marilson, que
venceu a prova Sargento Gonzaguinha, também de 15 km, disputada no dia 14, em São Paulo.
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