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São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

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Azarão entre os homens, país aposta na prova feminina para bater Quênia nas ruas paulistanas

Brasil corre por tri inédito e domínio na São Silvestre

ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Brasileiros e quenianos travam nesta tarde, nas ruas de São Paulo, um confronto que vale a supremacia na São Silvestre.
Empatadas com Portugal, as duas nações possuem 11 títulos, somadas as provas masculina e feminina. Mas hoje, na 79ª edição da mais tradicional corrida de rua do país, os corredores de Portugal serão apenas coadjuvantes.
Como entre os homens o favoritismo é dos rivais, que trouxeram estrelas como Robert Cheruiyot, 25, atual campeão da São Silvestre, e Martin Lel, 24, ganhador da Maratona de Nova York, a esperança do Brasil está no feminino, cuja prova começa às 15h15 -a masculina tem início às 17h.
Com atletas como Maria Zeferina Baldaia, vencedora da prova em 2001, e Márcia Narloch, ouro na maratona do Pan de Santo Domingo, o Brasil tem boas chances de conquistar, pela primeira vez na história da fase internacional da corrida, um tricampeonato.
Somente uma vez o país teve chance semelhante, também com as mulheres. Há seis anos, as brasileiras vinham de dois títulos seguidos, com Carmem de Oliveira (1995) e Roseli Machado (1996). Mas, em 1997, a vitória foi da equatoriana Martha Tenório.
A maior ameaça para as brasileiras é justamente uma queniana, único nome de peso entre as competidoras estrangeiras: Margaret Okayo, 28, vice-campeã da prova há dois anos e vencedora da Maratona de Nova York em 2001 e 2003. "Estou em boa forma, mas prefiro não fazer previsões", diz.
Seu discurso modesto contrasta com o de seus compatriotas. Estreante em São Silvestre, Lel disse que não sabe o percurso e nem pretende conhecê-lo. "Vou avaliar meu nível durante a prova, mas estou confiante na vitória."
Robert Cheruiyot, vencedor no ano passado, aponta seus companheiros como os mais cotados.
"Todos os quenianos [sete no total] e o Vanderlei [Cordeiro de Lima] são bons adversários", analisa ele, que negou haver jogo de equipe para ajudá-lo. "Falar nisso é desrespeitar meus colegas."
As chances brasileiras no masculino são mais modestas. O melhor fundista do país, Vanderlei Cordeiro de Lima, 34, declara não esperar um grande desempenho em São Paulo. "Entro na São Silvestre sem compromisso. Espero chegar entre os dez primeiros."
O brasileiro, ouro na maratona do Pan-03, diz não estar totalmente recuperado do desgaste da Maratona de Fukuoka (Japão), que disputou no último dia 7. Na ocasião, conseguiu o tempo de 2h10min38s, que o colocou entre os pré-classificados aos Jogos de Atenas -o país levará três atletas.
Dando prioridade à participação olímpica, ele aposta em outro brasileiro. "Acredito no Marilson dos Santos. No momento, acho que a experiência conta tanto quanto o preparo físico."
Marilson, 26, porém, também prioriza a maratona -deve estrear na prova em março ou abril- pensando na Olimpíada.
"Estou melhor neste ano do que em 2002, quando fiquei em segundo lugar. Mas a competição será forte, e qualquer um pode vencer", analisa Marilson, que venceu a prova Sargento Gonzaguinha, também de 15 km, disputada no dia 14, em São Paulo.


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