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ATLETISMO
Fundista responsabiliza remédio para anemia por resultado no teste
Campeã da SS, Marizete é flagrada em antidoping
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A atual campeã da São Silvestre
está sob suspeita. O exame de urina realizado por Marizete de Paula Rezende na Meia-Maratona do
Rio, em setembro, acusou a presença de eritropoietina, que melhora a oxigenação sanguínea.
O resultado da contraprova, que
pode confirmar o doping por
EPO -como a droga é conhecida-, não foi divulgado.
Marizete, 29, venceu a sétima
edição do evento carioca, com
1h12min19. Em nota, a atleta alega
que ainda não recebeu anúncio
oficial sobre o doping. No mesmo
documento, porém, conta que tomou um medicamento para controlar a anemia 13 dias antes da
prova. E reconhece que o remédio
poderia ter levado ao exame positivo. Se confirmado, ela se tornará
a primeira campeã da São Silvestre detectada em um antidoping.
Eduardo de Rose, maior autoridade em doping do Brasil e que
trabalhou na prova, garante que a
amostra A de uma das três primeiras colocadas na meia-maratona apontou uso de doping.
Marizete já havia descartado a
participação na São Silvestre deste
ano, alegando contusão. A atleta
afirma que está sendo prejudicada porque o resultado do exame B
de sua urina ainda não foi divulgado. "Posso provar que foi involuntário", escreve a corredora.
A fundista, que vive em Araraquara, interior do Estado, não foi
suspensa preventivamente pela
Confederação Brasileira de Atletismo. A entidade informou que
não se pronunciaria sobre o caso
até ser notificada oficialmente.
Pelo procedimento padrão, a
CBAt na sequência teria de avisar
a corredora, que pode requisitar
um julgamento.
Marizete não recebeu ainda o
carro, que seria a premiação por
ter vencido a Meia-Maratona do
Rio. A Yescom, que organizou a
competição, porém, diz desconhecer qualquer ocorrência de
doping na prova e que o atraso na
entrega de premiação é normal.
O prêmio só é liberado após o
resultado do exame antidoping. A
empresa alega que não entregou a
premiação ao masculino também, o queniano Philip Rugut.
O comentário de Roberto Gesta,
presidente da CBAt, dá indícios
de que Marizete foi realmente flagrada. Ao ser questionado sobre o
possível doping da fundista, Gesta
afirmou que há alguns casos pendentes e que não poderia fazer comentários sobre eles enquanto
não recebesse a amostra B.
Em todo caso de doping, a
amostra A é enviada à Iaaf, entidade que comanda o atletismo. O
atleta tem o direito de se defender
em caso positivo. Se a Iaaf entender que houve doping, pede a
contraprova B, quando o caso pode se tornar público e o atleta tem
direito de requisitar julgamento.
Colaborou Adalberto Leister Filho,
da Reportagem Local
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