São Paulo, segunda, 1 de fevereiro de 1999

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Rio revoluciona áudio via Internet

RICARDO FOTIOS
do Universo Online

Rápido, grátis e com qualidade digital. Há mais ou menos um ano, o MP3 revolucionou a transmissão de sons via Internet. Agora, chega ao mercado brasileiro o Rio, um aparelhinho parecido com um walkman, que armazena os arquivos de áudio em MP3 com altíssima fidelidade, como se fosse um CD, e ainda vai para a rua plugado na orelha do usuário.
Os sons em MP3 estão gerando polêmica porque podem ser copiados de qualquer parte do mundo e, normalmente, estão disponíveis sem o devido recolhimento de direitos autorais.
Com a chegada do Rio, a fronteira entre o teclado e o uso cotidiano do MP3 acaba de ser quebrada. Basta gravar os arquivos baixados da rede no aparelho e sair ouvindo.
Com a vantagem de o usuário poder se movimentar à vontade, já que as músicas são gravadas na memória do Rio e não "pulam" nunca, como acontece com o discman, por exemplo.
Além disso, a tecnologia pode compactar em até dez vezes o tamanho do arquivo, o que torna seu download (processo de baixar arquivos da rede) muito mais rápido.
A reportagem do caderno Informática, da Folha, testou o novo aparelho e mostrou que ele tem capacidade para armazenar até 32Mbytes, o que significa cerca de 60 minutos de som. Mais vantagens? Você escolhe as músicas que quer gravar e não precisa comprar um CD inteiro por causa de uma faixa -o inconveniente é o preço no Brasil, cerca de R$ 500.
Claro que as gravadoras chiaram. Estão processando a Diamond, empresa norte-americana que fabrica o Rio.
O motivo é simples: com o desenvolvimento dessa tecnologia, qualquer artista pode produzir um disco e disponibilizar na Internet sem ter de passar pelo processo de fabricação do CD, dos encartes e de distribuição.
Para se ter uma idéia da revolução que o Rio pode causar, o megastar ex-Prince anda divulgando para uma seleta lista de internautas que vai lançar todo o seu trabalho em MP3 ao custo, pasmem, de U$ 3 cada CD.
Por muito menos, o Public Enemy teve de deixar sua gravadora, pois disponibilizou na rede, sem cobrar nada, trechos do seu single com essa tecnologia.
De qualquer forma, nem o MP3 nem o Rio são ilegais, pois são apenas mídias de reprodução de som. A ilegalidade está no ato de reproduzir o som sem autorização e sem o pagamento de direitos autorais e comerciais. A inovação faz certamente com que toda a estrutura fonográfica, sobretudo os custos, seja repensada para o próximo milênio, que, por sinal, já começou na Internet. Sorte do internauta.



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