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MÚSICA
O trio que embala os corações dos fãs de emocore volta ao Brasil para show em São Paulo
Invasão emo
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fãs de emocore estão em festa. Na
quinta, dia 4, se apresenta em São
Paulo o MxPx, trio americano que
hipnotiza meninos de unhas e rostos pintados que choram ao ouvir o punk rock feito
desde 1993 por Michael Arthur Herrera
(baixo e vocal), Yuri Zane Ruley (bateria) e
Thomas Edmund Wisniewski (guitarra).
A banda, influência assumida de grupos
como Good Charlotte, traz ao país a turnê
do CD "Panic", que passou recentemente
pelo Japão e por cidades dos EUA e do Canadá. O trio já tocou no Brasil. "Foi incrível.
Dos países da América Latina, só tínhamos
tocado no México. Nosso primeiro show
foi em São Paulo. Não podia acreditar, ficamos loucos com a reação do público", contou Michael, em entrevista ao Folhateen.
As principais razões de o MxPx atrair
tantos fãs de emocore (hardcore emotivo),
além da sonoridade punk, são certamente
as letras de Michael, que falam das dificuldades da vida, de amores impossíveis e de o
mundo estar sempre contra você.
"São os assuntos que as pessoas mais se
identificam, mas também falamos de coisas engraçadas", defende Michael. "Tento
cobrir diversos aspectos da vida, até mesmo política e espiritualidade. Só que o que
mais me inspira são as coisas que me tiram
do sério. Mas sempre tento dar uma virada,
mostrar que não é tão ruim assim viver,
apesar dos momentos difíceis."
Michael concorda que muitas vezes os fãs
levam as letras do MxPx muito a sério,
principalmente em relação aos sentimentos. "Se você está ouvindo punk rock, você
procura por gente com quem possa se
identificar. Tentamos ir contra o status
quo, contra situações autoritárias, como as
que acontecem na escola, em casa, e falamos sobre coisas que muitos esperam do
adolescente, mas que ele não quer fazer."
Na opinião de Michael, os fãs de emocore
são invariavelmente fãs de punk rock. "É
basicamente o mesmo estilo de música.
Não somos diferentes de outras bandas de
emocore, pois também falamos sobre sentimentos. Francamente, a palavra emo é só
um sinônimo de emotivo. E nós também
somos emotivos. Poderíamos cantar nossas letras em centenas de outros estilos. Decidimos fazer isso de modo alto e rápido."
Como você já deve ter lido aqui mesmo
no Folhateen, o número de seguidores de
emo aumenta a cada dia em São Paulo.
Mas, segundo Michael, esse é de longe um
modismo local. "Acho que está acontecendo pelo mundo todo, pois muitas das bandas que estão surgindo seguem o estilo."
O baixista e vocalista considera que houve uma mudança no emo nos últimos dois
anos. "Antes, a referência era a de bandas
como o Dashboard Confessional. Agora,
parece que as pessoas estão se baseando no
"punk gótico", com maquiagem preta no
rosto. Os Misfits são o exemplo, mas parece
que, mesmo sem conhecê-los, os emos se
inspiram neles nesse lance da maquiagem."
Michael até pintava as unhas na adolescência. "Depois de um tempo passei a deixar a modinha de lado e a me concentrar
mais na música", explica.
(LEANDRO FORTINO)
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