São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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MÚSICA

O trio que embala os corações dos fãs de emocore volta ao Brasil para show em São Paulo

Invasão emo

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fãs de emocore estão em festa. Na quinta, dia 4, se apresenta em São Paulo o MxPx, trio americano que hipnotiza meninos de unhas e rostos pintados que choram ao ouvir o punk rock feito desde 1993 por Michael Arthur Herrera (baixo e vocal), Yuri Zane Ruley (bateria) e Thomas Edmund Wisniewski (guitarra).
A banda, influência assumida de grupos como Good Charlotte, traz ao país a turnê do CD "Panic", que passou recentemente pelo Japão e por cidades dos EUA e do Canadá. O trio já tocou no Brasil. "Foi incrível. Dos países da América Latina, só tínhamos tocado no México. Nosso primeiro show foi em São Paulo. Não podia acreditar, ficamos loucos com a reação do público", contou Michael, em entrevista ao Folhateen.
As principais razões de o MxPx atrair tantos fãs de emocore (hardcore emotivo), além da sonoridade punk, são certamente as letras de Michael, que falam das dificuldades da vida, de amores impossíveis e de o mundo estar sempre contra você.
"São os assuntos que as pessoas mais se identificam, mas também falamos de coisas engraçadas", defende Michael. "Tento cobrir diversos aspectos da vida, até mesmo política e espiritualidade. Só que o que mais me inspira são as coisas que me tiram do sério. Mas sempre tento dar uma virada, mostrar que não é tão ruim assim viver, apesar dos momentos difíceis."
Michael concorda que muitas vezes os fãs levam as letras do MxPx muito a sério, principalmente em relação aos sentimentos. "Se você está ouvindo punk rock, você procura por gente com quem possa se identificar. Tentamos ir contra o status quo, contra situações autoritárias, como as que acontecem na escola, em casa, e falamos sobre coisas que muitos esperam do adolescente, mas que ele não quer fazer."
Na opinião de Michael, os fãs de emocore são invariavelmente fãs de punk rock. "É basicamente o mesmo estilo de música. Não somos diferentes de outras bandas de emocore, pois também falamos sobre sentimentos. Francamente, a palavra emo é só um sinônimo de emotivo. E nós também somos emotivos. Poderíamos cantar nossas letras em centenas de outros estilos. Decidimos fazer isso de modo alto e rápido."
Como você já deve ter lido aqui mesmo no Folhateen, o número de seguidores de emo aumenta a cada dia em São Paulo. Mas, segundo Michael, esse é de longe um modismo local. "Acho que está acontecendo pelo mundo todo, pois muitas das bandas que estão surgindo seguem o estilo."
O baixista e vocalista considera que houve uma mudança no emo nos últimos dois anos. "Antes, a referência era a de bandas como o Dashboard Confessional. Agora, parece que as pessoas estão se baseando no "punk gótico", com maquiagem preta no rosto. Os Misfits são o exemplo, mas parece que, mesmo sem conhecê-los, os emos se inspiram neles nesse lance da maquiagem."
Michael até pintava as unhas na adolescência. "Depois de um tempo passei a deixar a modinha de lado e a me concentrar mais na música", explica.
(LEANDRO FORTINO)


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