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Maduro aos 18?
O marco da maioridade você sabe qual é, mas e quanto às razões dessa escolha? Especialistas de diversas áreas explicam o porquê
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Como você deve saber, o seu aniversário de 18 anos marca
sua entrada na vida
adulta, ao menos em
termos jurídicos e sociais. Mas
você sabe por que essa foi a idade escolhida para marcar a importante passagem?
A idade da responsabilidade
penal no Brasil é essa desde 1940.
Mas já foi bem menor: entre
1890 e 1921, a partir dos nove
anos um jovem já poderia responder penalmente pelas infrações que cometesse.
Os 18 anos também marcam
o início da chamada capacidade
civil, mas isso mudou há pouco
tempo: entre 1916 e 2002, um
jovem só era considerado pronto para exercer seus direitos
quando completasse 21 anos.
As explicações para a escolha
dessa idade como marco são
históricas, biológicas e sociais.
"Os 18 anos foram escolhidos
por marcarem o fim de um ciclo, estão vinculados ao cronograma escolar", diz Ricardo Cabezón, presidente da Comissão
da Criança e do Adolescente da
Ordem dos Advogados do Brasil de SP. "É o tempo para o jovem amadurecer e se preparar
para o mercado de trabalho."
Mário Volpi, coordenador do
programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef (Fundo das
Nações Unidas para a Infância), concorda e completa:
"A adolescência, que vai até
os 18 anos, é o momento de
aprendizagem, desenvolvimento e socialização do jovem". É para proteger essa fase,
afirma, que se atribui ao adolescente um tratamento diferente
do dado aos adultos.
Biologicamente, a explicação
faz sentido. "Os 18 anos são o
ápice do desenvolvimento neurológico", diz Lúcio de Lima,
coordenador do Departamento
de Psiquiatria da Infância e
Adolescência da Associação
Brasileira de Psiquiatria.
No início do século 19, o critério era menos científico. "A
criança era julgada levando-se
em conta se ela sabia ou não o
que estava fazendo", diz a historiadora Mary del Priore.
"Hoje, a expectativa é que o
jovem esteja pronto para dar
conta de si mesmo aos 18 anos",
afirma Dulce Critelli, professora de filosofia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
"Mas é uma idade legal, não
existencial, e pode ser pouco
tempo, para alguns."
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