São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2008

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música

cheiro de diva

Garotas disputam a vaga da próxima nova Amy Winehouse da vez

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Parece que o navio realmente colidiu com o iceberg; Amy Winehouse agora transpira um desejo doentio de se tornar a próxima Janis Joplin, como se tivesse sido convencida de que precisa ser a "próxima-alguma-coisa".
E, enquanto assistimos a um dos maiores talentos da atualidade quebrar vasos para chorar pelos cacos de vidro esparramados, também presenciamos uma busca desesperada pela próxima Amy, que pode até se chamar Aimee, como a nova diva do soul, Duffy.
Na revista americana "Spin", ela saiu sob a chamada: "Quem tem medo de Amy Winehouse?". Não se pode negar que a voz da menina é potente e comovente, mas não há como ela fugir de uma irrefreável comparação cretina enquanto canta o "yeah, yeah, yeah", de "Mercy", como se respondesse ao negativismo do "no, no, no", de Winehouse. E é em momentos como esse que me questiono o quanto a indústria musical nos tira para idiotas, querendo realizar uma permutação de divas como se substituísse uma gêmea Olsen pela outra que ficou doente no dia da gravação.
A fama de Duffy cresceu numa velocidade questionável nos últimos meses, como se estivessem correndo contra o tempo para colocar alguém no lugar de Amy, antes do dia em que nos depararemos com uma triste e esperada notícia que a transformará no Kurt Cobain da -ai, que saco- próxima geração. Não que seja culpa de Duffy, pois é claro que o que ela gostaria mesmo é de ser a "próxima Dusty Springfield".
Se não fosse pelo hype em volta do neo-soul cantado por branquelas, eu poderia até recomendar minha descoberta que atende pelo nome de Gin Wigmore e vem da Nova Zelândia. Todavia, vou fazer a revoltada com o sistema, e simplesmente prever que vem aí a aposta da "próxima Duffy".
Independentemente de Gin ser mais carismática e de ter a triste história da morte de seu pai para transluzir na voz.
É que mesmo que Duffy não sofra com abuso de drogas ou com a distância esmagadora do amor encarcerado, em breve precisaremos de um novo vento, e este aqui, vindo do sudoeste do Pacífico, está pronto para moldagem. Acaba de lançar seu primeiro disco, "Extended Play", tem aspirações à fama e o sofrimento que é preciso para ser uma diva do soul. (MDG)


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