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SEXO & SAÚDE
>> Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Aliança contra Aids
HOJE SE comemora o Dia Mundial da
Luta Contra a Aids. Nesta data, ações
são desencadeadas em todo o mundo
para lembrar e alertar a população sobre os
riscos da epidemia. E nossa coluna, que trata
basicamente de saúde e sexualidade, não poderia ficar fora dessa iniciativa.
Os últimos dados do Boletim Epidemiológico (que divulga os números da Aids no país),
produzido pelo Programa Nacional de DST/
Aids, mostram que o Brasil continua em um
momento de estabilidade. Mas essa estabilidade significa, ainda, mais de 30 mil pessoas recebendo o diagnóstico de Aids a cada ano.
Na faixa jovem, dos 13 aos 19, há menos casos em 2007
do que nos anos anteriores. No entanto, continuamos a
perceber uma tendência preocupante: as garotas estão
se contaminando mais do que os garotos.
Desde 1997 há mais casos novos entre meninas do que
entre meninos nessa faixa de idade. Essa diferença resulta em mais de 1.300 garotas diagnosticadas nesse período em relação ao número de garotos com Aids (4.318
garotas e 2.974 garotos).
Essa inversão do maior número de homens contaminados (que é uma marca clássica da epidemia da Aids) só
acontece de forma constante entre os jovens de 13 a 19.
Na média nacional (em todas as faixas de idade), há cerca de 1,5 vez mais homens do que mulheres com novos
diagnósticos de Aids.
É importante tentar entender o porquê dessa situação
entre os mais jovens. De uma forma geral, as garotas têm
maior facilidade para falar sobre sexualidade e podem
ser consideradas mais bem informadas sobre o assunto.
Então, por que estão se expondo mais e se contaminado
com doenças sexualmente transmissíveis e Aids?
Uma série de pesquisas de comportamento jovem
mostra que elas usam, em média, menos preservativos
do que os garotos. Elas parecem "confiar" mais em seus
parceiros, enxergam estabilidade
nas relações afetivas mais cedo (e
aí a camisinha passa a ser vista como não sendo mais necessária),
são mais pressionadas pelos garotos a não se proteger e, muitas vezes, principalmente entre as menos escolarizadas, têm menor poder de negociar sua
proteção.
Romantismo, confiança
no parceiro (que muitas vezes não é fiel) e falta de poder são fatores que aproximam mais a mulher dos riscos.
Já que não temos uma vacina à
vista, nem cura da doença, que tal
garotos e garotas se aliarem nessa
luta? Faça sua parte!
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