São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

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SEXO & SAÚDE

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Feridas no pênis

"Estou com 18 anos e tenho o hábito de me masturbar. Outro dia fiquei umas três horas no movimento e vi que se formou uma bolinha, que já dura mais de uma semana. Faz um mês que não transo. Será que pode ser uma DST?"

"Fui a um urologista porque feridas costumam aparecer no meu pênis após minhas relações sexuais, mesmo usando preservativo. Ele disse que tenho excesso de pele sobre a glande, o que favorece o aparecimento de infecções. Falou de uma cirurgia para a retirada dessa pele. O que faço?"

NEM toda ferida ou machucado que aparece no pênis é provocado por uma doença sexualmente transmissível (DST). Aliás, boa parte das lesões na região genital tem mais a ver com excessos na masturbação ou no sexo, alergias, micoses e higiene inadequada, entre outros fatores.
Se o uso de camisinha for regular, a chance de uma lesão ser causada por um agente infeccioso (vírus, bactéria ou fungo) causador de uma DST é bem menor, já que praticamente não há o contato direto do pênis com o órgão sexual da parceira.
No caso do primeiro garoto, é provável que o excesso de atrito com a pele (três horas de masturbação é bastante tempo) seja a causa mais provável do ferimento no pênis. Qualquer machucado demora alguns dias para cicatrizar e, se o atrito continua (novas masturbações), esse processo pode ser mais lento. Se a lesão não se resolver em mais alguns dias, é bom checar com um dermatologista o que acontece.
O segundo leitor enfrenta lesões depois de relações sexuais, mesmo usando camisinha. De fato, alguns homens que têm o prepúcio (pele que recobre o pênis), acabam tendo a mucosa da glande (cabeça do pênis) mais fina e sensível. Assim, com os movimentos e atritos naturais do sexo, esse tecido pode se ferir com mais facilidade.
Antes da cirurgia para a retirada do prepúcio, algumas medidas, como deixar a glande mais tempo exposta, reduzir a sensibilidade passando uma buchinha suavemente na glande na hora do banho e caprichar na higiene do pênis (lavando bem no banho e ao longo do dia) são algumas tentativas válidas.
Se nada disso surtir efeito é bom checar com o médico urologista sobre as possibilidades da cirurgia, que acaba deixando a glande exposta o tempo todo e, portanto, desenvolvendo uma resistência maior ao atrito.
Esse tipo de cirurgia é muito comum nos EUA (menos comum na Europa) como medida de higiene e de prevenção às infecções. Em regiões mais pobres do mundo, ela é hoje inclusive recomendada como forma de diminuir a transmissão do vírus HIV (causador da Aids) e de outras DSTs.

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