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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Feridas no pênis
"Estou com 18 anos e tenho o hábito de me masturbar.
Outro dia fiquei umas três horas no movimento e vi que se
formou uma bolinha, que já dura mais de uma semana. Faz
um mês que não transo. Será que pode ser uma DST?"
"Fui a um urologista porque feridas costumam aparecer no
meu pênis após minhas relações sexuais, mesmo usando
preservativo. Ele disse que tenho excesso de pele sobre a
glande, o que favorece o aparecimento de infecções. Falou
de uma cirurgia para a retirada dessa pele. O que faço?"
NEM toda ferida ou machucado que aparece no pênis é provocado por uma
doença sexualmente transmissível
(DST). Aliás, boa parte das lesões na região genital tem mais a ver com excessos na masturbação ou no
sexo, alergias, micoses e higiene inadequada, entre outros fatores.
Se o uso de camisinha for regular, a chance de uma lesão ser causada por um agente infeccioso (vírus, bactéria
ou fungo) causador de uma DST é bem menor, já que
praticamente não há o contato direto do pênis com o órgão sexual da parceira.
No caso do primeiro garoto, é provável que o excesso
de atrito com a pele (três horas de masturbação é bastante tempo) seja a causa mais provável do ferimento no
pênis. Qualquer machucado demora alguns dias para cicatrizar e, se o atrito continua (novas masturbações), esse processo pode ser mais lento. Se a lesão não se resolver em mais alguns dias, é bom checar com um dermatologista o que acontece.
O segundo leitor enfrenta lesões depois de relações sexuais, mesmo usando camisinha. De fato, alguns homens
que têm o prepúcio (pele que recobre o pênis), acabam
tendo a mucosa da glande (cabeça do pênis) mais fina e
sensível. Assim, com os movimentos e atritos naturais do
sexo, esse tecido pode se ferir com mais facilidade.
Antes da cirurgia para a retirada do prepúcio, algumas
medidas, como deixar a glande mais tempo exposta, reduzir a sensibilidade passando uma buchinha suavemente na glande na hora do banho e caprichar na
higiene do pênis (lavando bem no banho e ao
longo do dia) são algumas tentativas válidas.
Se nada disso surtir efeito é bom checar
com o médico urologista sobre as possibilidades da cirurgia, que acaba deixando a
glande exposta o tempo todo e, portanto,
desenvolvendo uma resistência maior ao
atrito.
Esse tipo de cirurgia é muito comum nos EUA (menos comum na
Europa) como medida de higiene e de prevenção às infecções. Em regiões mais pobres do mundo, ela é hoje inclusive recomendada como
forma de diminuir a transmissão do vírus HIV (causador da Aids) e de outras DSTs.
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