São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Livro

Harry Potter sob ataque

Computador da tradutora brasileira dos livros de Harry Potter foi invadido por hackers das trevas do poder informático

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

A magia que envolve Hogwarts não foi suficiente para proteger Lia Wyler, a tradutora brasileira da série Harry Potter. Durante o seu trabalho em "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", o sexto livro da série, seu computador foi invadido por hackers.
Lia, que manteve o assunto escondido na câmara secreta por quase dois anos, revelou tudo agora ao Folhateen.
"Acho que a intenção dos hackers das trevas não era copiar a minha tradução; era pura e simplesmente destruí-la", sugere Lia, que se prepara agora para começar a transformar em português a última parte da saga: "Harry Potter e as Insígnias Mortais".
Ela conta: "Estava eu sentada ao meu computador cheia de animação, digitando a mil por hora, como faço há tantos anos, quando eis que, ao digitar um cedilha (o meu teclado é americano, digito aspa e "c") , aparece uma caixa de diálogo: "Você provocou um erro no programa etc.".
Espantada, Lia reabriu o programa: "Daí, apareceram uns dois ou três arquivos recuperados; salvei um e recomecei a traduzir. Ao digitar novamente o cedilha, o poltergeist voltou a me atacar. Desliguei tudo, reiniciei o computador, abri um novo arquivo, digitei o cedilha... O programa entrou em loop e não quis mais sair. Os arquivos entravam e sumiam".
O computador de Lia teve então de ser "desvirotizado" e "desbugado", ter novos programas instalados e o acesso à Internet, cortado. Só assim ela pôde voltar ao trabalho.
Agora, ela tem tempo de sobra para se proteger para a nova tradução, afinal, só receberá um exemplar da obra em inglês depois que tiver sido lançada, em dia 21 de julho.
Durante a tradução de Lia, o nome Harry Potter se transforma "naquele que não deve ser nomeado". Ou seja, ela não fala nada a respeito do bruxo adolescente. "Os tradutores brasileiros consideram aético divulgar o que traduzem antes, durante e depois de concluído o serviço. E também não gostam de colega exibido que fica dando entrevista a toda hora."
As capas inglesa e americana do livro, ela já viu. "Gostei muito da capa para adultos. A das crianças é no estilo de sempre", opina Lia, que, no momento, traduz uma série de três livros que conta as aventuras de um aprendiz de caça-feitiço... Seria um novo Harry Potter?


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