São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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cinema

Garotas de farda

Fita mostra moças israelenses no Exército; saiba o que pensam as meninas brasileiras

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em meio a ameaças de ataques terroristas, o florescimento de paixões e as vontades inerentes à juventude. De um lado, a obrigatoriedade do serviço militar, do outro, a saudade da família.
São essas e outras contradições do cotidiano da população jovem israelense que as diretoras Vardit Bilu e Dalia Hagar procuram mostrar no filme "Uma Juventude Como Nenhuma Outra", que estréia na sexta. Elas focam as câmeras em duas garotas de 18 anos que, no Exército, são designadas a identificar palestinos nas ruas, checar seus documentos e registrá-los em formulários.
A ficção, segundo a estudante judia de arquitetura Nathalie Guzovsky Nicolaewsky, 22, que esteve em Israel em 2005, não difere muito da realidade. "Uma amiga minha israelense, em vez de estar na faculdade como eu, já passou pelo Exército e trabalha. O jovem de lá, por causa do conflito, tem que amadurecer muito mais cedo."
"Ele nasce sabendo que vai servir o Exército", acrescenta a estudante Ilana Galpern Gruc, 17, que retornou de uma viagem à Israel há duas semanas.
Ela e sua irmã, Marina, 20, já tiveram a experiência de passar um tempo no Exército israelense. "A programação incluía uma semana de estadia na organização militar, para sentir o clima. É tudo muito rigoroso e cronometrado", revelam.
Assim como é mostrado no longa, as meninas dizem que Jerusalém é vigiada 24 horas por dia. E não são apenas os palestinos que passam por inspeções nos espaços públicos. Segundo Ilana, máquinas de raio-x são utilizadas para vistoriar qualquer pessoa nas rodoviárias das cidades.
O elevado número de militares nas ruas não deixam as pessoas com mais medo? Para Chaim Sami Cytman, 23, não. "Eu me sinto muito mais seguro quando estou lá do que aqui no Brasil", diz o rapaz, que nasceu em Israel e se mudou para o Brasil aos 6 anos.
A verdade é que a maioria dos israelenses e dos palestinos se "acostumou" com a iminência de ataques e a presença militar nas ruas. "Virou normal evacuar uma área devido a algum objeto não identificado, como uma sacola", lamenta Marina.


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