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cinema
Garotas de farda
Fita mostra moças israelenses no Exército; saiba o que pensam as meninas brasileiras
ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em meio a ameaças
de ataques terroristas, o florescimento
de paixões e as vontades inerentes à juventude. De um lado, a obrigatoriedade do serviço militar, do
outro, a saudade da família.
São essas e outras contradições do cotidiano da população
jovem israelense que as diretoras Vardit Bilu e Dalia Hagar
procuram mostrar no filme
"Uma Juventude Como Nenhuma Outra", que estréia na
sexta. Elas focam as câmeras
em duas garotas de 18 anos que,
no Exército, são designadas a
identificar palestinos nas ruas,
checar seus documentos e registrá-los em formulários.
A ficção, segundo a estudante
judia de arquitetura Nathalie
Guzovsky Nicolaewsky, 22, que
esteve em Israel em 2005, não
difere muito da realidade.
"Uma amiga minha israelense,
em vez de estar na faculdade
como eu, já passou pelo Exército e trabalha. O jovem de lá, por
causa do conflito, tem que amadurecer muito mais cedo."
"Ele nasce sabendo que vai
servir o Exército", acrescenta a
estudante Ilana Galpern Gruc,
17, que retornou de uma viagem à Israel há duas semanas.
Ela e sua irmã, Marina, 20, já
tiveram a experiência de passar
um tempo no Exército israelense. "A programação incluía
uma semana de estadia na organização militar, para sentir o
clima. É tudo muito rigoroso e
cronometrado", revelam.
Assim como é mostrado no
longa, as meninas dizem que
Jerusalém é vigiada 24 horas
por dia. E não são apenas os palestinos que passam por inspeções nos espaços públicos. Segundo Ilana, máquinas de raio-x são utilizadas para vistoriar
qualquer pessoa nas rodoviárias das cidades.
O elevado número de militares nas ruas não deixam as pessoas com mais medo? Para
Chaim Sami Cytman, 23, não.
"Eu me sinto muito mais seguro quando estou lá do que aqui
no Brasil", diz o rapaz, que nasceu em Israel e se mudou para o
Brasil aos 6 anos.
A verdade é que a maioria dos
israelenses e dos palestinos se
"acostumou" com a iminência
de ataques e a presença militar
nas ruas. "Virou normal evacuar uma área devido a algum
objeto não identificado, como
uma sacola", lamenta Marina.
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