São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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música

Máfia, futebol e rock

LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se a piada que corre entre a molecada inglesa está valendo, a banda Kaiser Chiefs, de Leeds, é mesmo uma das mais sensacionais formações do novo rock britânico nos últimos anos. No Reino Unido, dizem, se os irmãos encrenqueiros do Oasis rogam praga para cima de um grupo, é sinal de que tal grupo é bom.
"O Kaiser Chiefs é um Blur piorado", disse certa vez um venenoso Liam. A frase se mostrou muito clara: ele estava prevendo um tumulto.
Com seu primeiro álbum, "Employment", de 2005, o quinteto art-rock de linguagem proletária abocanhou três Brit Awards no ano passado. O ano virou e chegamos a "Yours Truly, Angry Mob", que está sendo lançado agora no Brasil, o ardiloso e difícil segundo disco, invariavelmente o álbum da cruel provação de uma banda nova, que vai ao estúdio cercada de pressões por todos os lados.
O Folhateen conversou com o marcante guitarrista Andrew White, em entrevista por telefone direto de Leeds.

 

FOLHA - Doeu fazer o segundo CD?
ANDREW WHITE
- Foi moleza. Pressão zero, até porque ninguém ligaria para isso, se houvesse. A gente fez a banda para se divertir e até agora não a considero um trabalho. Vejo esse novo disco como uma obra inteira, como se fosse uma história contada da primeira à última faixa. História sobre nós.

FOLHA - Quem é a máfia furiosa do título do disco?
ANDREW
- Depois que nossos singles já estavam tocando bastante, voltamos a Leeds para um show especial. E os 500 ingressos se esgotaram em dois minutos. Um grupo de fãs não conseguiu comprar as entradas e, logo depois recebemos uma carta malcriada, reclamando e terminando com um "Atenciosamente, Máfia Furiosa". Resolvemos homenageá-los.

FOLHA - Reza a lenda que, depois que o Liam Gallagher disse que vocês são um "Blur piorado", o Ricky Wilson [vocalista do KC] encontrou com ele e falou: "Desculpe-nos por sermos um lixo". Isso é verdade?
ANDREW
- Isso nunca aconteceu. Quer dizer, a história do Liam, sim. A gente ama o Oasis e acha o Liam um sujeito engraçado que diz coisas engraçadas.

FOLHA - Como um time de futebol da África do Sul deu nome à banda?
ANDREW
- Somos torcedores doentes do Leeds. Em sua melhor fase em anos, o capitão do time era o sul-africano Lucas Radebe, ídolo do time e apelidado de "Chief", porque, além de tomar conta da defesa, ele tinha vindo de um time chamado Kaizer [com z]. Além de jogar bem, ele lutava contra o Apartheid e merecia a homenagem.

FOLHA - Vocês já foram convidados para tocar no Brasil alguma vez?
ANDREW
- As pessoas que cuidam dos negócios da banda dizem que vamos tocar no Rio e em São Paulo. Sei que é em outubro. Lembro que vibrei com a notícia, porque ir ao Maracanã.


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