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música
Ídolo grunge fica solo
COLABORAÇAO PARA A FOLHA
EM LOS ANGELES
Camiseta branca, All
Star preto, jeans
surrado, cabelo arrepiado e uma Diet
Coke na mão. Chris
Cornell seria o retrato de um
rock star, não fosse a chupeta
em sua outra mão e do bebê que
corria para lá e para cá durante
a entrevista ao Folhateen.
O moleque é seu filho caçula,
Christopher, que tem um ano e
meio e é o segundo de seu segundo casamento com a francesa Vicky. Foi por causa dela
que Chris trocou Seattle por
Paris alguns anos atrás.
Chris ficou conhecido como
líder do Soundgarden, um dos
expoentes do movimento
grunge, nascido em Seattle no
fim dos anos 80/começo dos
90. Durou de 1984 a 1997.
Teve ainda o projeto Temple
of the Dog e gravou seu primeiro solo, "Euphoria Morning",
em 1999. No ano seguinte, juntou-se ao que restou da banda
Rage Against the Machine e
formou o Audioslave. Na entrevista a seguir, ele fala de seu novo CD, "Carry On".
(TETÉ RIBEIRO)
FOLHA - "Carry On" será o
seu segundo álbum solo. É
melhor trabalhar só?
CHRIS CORNELL - Bom, o
fato de eu ter decidido
sair de duas bandas deve querer dizer algo (risos). Pelo menos que eu
não tenho medo de mudanças. Gosto das duas
coisas, mas no momento faz mais sentido para
mim trabalhar assim.
FOLHA - Por quê?
CHRIS - Porque com
uma banda você tem
que compor pensando
na cara da banda. Para
um trabalho solo, posso
experimentar coisas
estranhas sem nenhum
tipo de censura, não
preciso explicar o que
estou fazendo.
FOLHA - Por isso resolveu sair do
Audioslave?
CHRIS - Não exatamente. Foi
um conflito de personalidades.
Comecei a fazer esse disco solo
muito antes de pensar em sair
da banda. Mas, quando ficou
pronto, percebi que esse era o
caminho que eu preferia seguir.
FOLHA - Logo que você anunciou
que ia sair do Audioslave, os músicos
contataram Zach de la Rocha e remontaram o Rage Against The Machine. Você ficou magoado?
CHRIS - Fiquei surpreso, como
imagino que eles tenham ficado
quando resolvi sair. Mas, sem
rancor, sou fã do Rage e quero
ver o que eles vão fazer.
FOLHA - Seu novo CD vai agradar
mais aos fãs do Soundgarden ou aos
fãs do Audioslave?
CHRIS - Não sei onde foram parar os fãs do Audioslave. Lançamos três discos, e o ultimo vendeu 1/5 do que vendeu o primeiro, apesar de eu o achar infinitamente melhor.
FOLHA - O primeiro single do seu
novo CD foi a música do 007.
CHRIS - Quase deixei "You
Know My Name" de fora. Ela
não faz realmente parte do corpo de músicas que compus para
esse CD. Mas, no final, meu
produtor me convenceu a incluir a música. Aí cedi, e hoje
em dia, ouvindo o álbum inteiro, acho que é minha preferida.
FOLHA - A faixa mais surpreendente é a cover de "Billie Jean", de Michael Jackson. Por que regravá-la?
CHRIS - A minha mulher tem
mania de, toda vez que ouve
uma música de que gosta, me
perguntar "por que você não
grava essa?". Então resolvi dar
essa de presente para ela.
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