São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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música

Ídolo grunge fica solo

COLABORAÇAO PARA A FOLHA
EM LOS ANGELES

Camiseta branca, All Star preto, jeans surrado, cabelo arrepiado e uma Diet Coke na mão. Chris Cornell seria o retrato de um rock star, não fosse a chupeta em sua outra mão e do bebê que corria para lá e para cá durante a entrevista ao Folhateen.
O moleque é seu filho caçula, Christopher, que tem um ano e meio e é o segundo de seu segundo casamento com a francesa Vicky. Foi por causa dela que Chris trocou Seattle por Paris alguns anos atrás.
Chris ficou conhecido como líder do Soundgarden, um dos expoentes do movimento grunge, nascido em Seattle no fim dos anos 80/começo dos 90. Durou de 1984 a 1997.
Teve ainda o projeto Temple of the Dog e gravou seu primeiro solo, "Euphoria Morning", em 1999. No ano seguinte, juntou-se ao que restou da banda Rage Against the Machine e formou o Audioslave. Na entrevista a seguir, ele fala de seu novo CD, "Carry On". (TETÉ RIBEIRO)

 

FOLHA - "Carry On" será o seu segundo álbum solo. É melhor trabalhar só? CHRIS CORNELL - Bom, o fato de eu ter decidido sair de duas bandas deve querer dizer algo (risos). Pelo menos que eu não tenho medo de mudanças. Gosto das duas coisas, mas no momento faz mais sentido para mim trabalhar assim.

FOLHA - Por quê?
CHRIS
- Porque com uma banda você tem que compor pensando na cara da banda. Para um trabalho solo, posso experimentar coisas estranhas sem nenhum tipo de censura, não preciso explicar o que estou fazendo.

FOLHA - Por isso resolveu sair do Audioslave?
CHRIS
- Não exatamente. Foi um conflito de personalidades. Comecei a fazer esse disco solo muito antes de pensar em sair da banda. Mas, quando ficou pronto, percebi que esse era o caminho que eu preferia seguir.

FOLHA - Logo que você anunciou que ia sair do Audioslave, os músicos contataram Zach de la Rocha e remontaram o Rage Against The Machine. Você ficou magoado?
CHRIS
- Fiquei surpreso, como imagino que eles tenham ficado quando resolvi sair. Mas, sem rancor, sou fã do Rage e quero ver o que eles vão fazer.

FOLHA - Seu novo CD vai agradar mais aos fãs do Soundgarden ou aos fãs do Audioslave?
CHRIS
- Não sei onde foram parar os fãs do Audioslave. Lançamos três discos, e o ultimo vendeu 1/5 do que vendeu o primeiro, apesar de eu o achar infinitamente melhor.

FOLHA - O primeiro single do seu novo CD foi a música do 007.
CHRIS
- Quase deixei "You Know My Name" de fora. Ela não faz realmente parte do corpo de músicas que compus para esse CD. Mas, no final, meu produtor me convenceu a incluir a música. Aí cedi, e hoje em dia, ouvindo o álbum inteiro, acho que é minha preferida.

FOLHA - A faixa mais surpreendente é a cover de "Billie Jean", de Michael Jackson. Por que regravá-la?
CHRIS
- A minha mulher tem mania de, toda vez que ouve uma música de que gosta, me perguntar "por que você não grava essa?". Então resolvi dar essa de presente para ela.


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