Mostra no SESC Pompéia traz os pólos para a capital paulista e discute o impacto do aquecimento nas extremidades do planeta

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As terras geladas das extremidades do planeta são o tema da exposição "Latitude 90 - O Impacto do Aquecimento nos Pólos", que o Sesc Pompéia inaugura nesta quinta-feira.
Gratuita, a mostra revela ao público a corrida humana pela conquista do Pólo Sul, as características singulares dos ambientes ártico e antártico e as atividades brasileiras no âmbito do 4º Ano Polar Internacional, que reúne cientistas para a execução de pesquisas de vanguarda nos pólos.
O evento discute ainda os efeitos do aquecimento global nessas regiões e suas conseqüências para o equilíbrio ecológico mundial.
Entre os destaques da exposição estão as fotografias de Marina Bandeira Klink e de Luciano Candisani, da revista National Geographic, e a estação meteorológica do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que demonstra o resultado de pesquisas brasileiras feitas nas terras antárticas.
Uma seção especial, com dados sobre os chamados "navegadores modernos brasileiros", destaca as aventuras de Amyr Klink na Antártica.
A mostra traz ainda exibições de filmes ligados ao meio ambiente, como "Migração Alada" -película indicada ao Oscar, do mesmo produtor de "Microcosmos"- e a série especial "Antártida", produzida pelo documentarista André Costantin e pelo cinegrafista André Maciel.
O Latitude 90, cujo nome é uma referência à posição latitudinal dos pólos, abriga também oficinas gratuitas. No sábado, às 14h30, os participantes aprendem a fazer uma bússola simples e a encontrar sua posição em qualquer ponto da superfície do planeta, além de obter informações básicas de localização e navegação. No domingo, no mesmo horário, acontece um workshop de nós náuticos, em que os segredos e técnicas de marinheiros e navegadores experientes são ensinados ao público.
Debates sobre o meio ambiente e o aquecimento global também estão previstos. Além de representantes de instituições como o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Onu) e o Greenpeace, um dos nomes confirmados é o de Guilherme Pastore, 17, que acaba de chegar de Kobe, no Japão, onde participou da Conferência Internacional de Meio Ambiente.
Guilherme foi selecionado, juntamente com mais dois jovens brasileiros, para representar o país na convenção internacional. "Foi uma experiência única, tanto para aprender como para ser ouvido", diz. "Fomos ouvidos com muito interesse pelo governo de vários países, porque eles sabem que somos nós, jovens, que teremos que lidar com a parte mais séria do problema ambiental no futuro". (LUANA VILLAC)