|
Texto Anterior | Índice
Escuta aqui
>>Álvaro Pereira Júnior
cby2k@uol.com.br
FUI BANCAR O engraçadinho na semana
passada e o mundo caiu sobre minha cabeça. Escrevi que ninguém com mais de
30 anos, e que não seja nativo de língua inglesa,
pode gostar da banda Arctic Monkeys, a nova
sensação britânica. Isso porque, musicalmente,
eles são convencionais. E o forte está nas letras,
difíceis para não-ingleses
entenderem.
Recebi uma chuva de e-mails revoltados, o mais
interessante deles de um
leitor de... 62 anos! Ele é
Sérgio de Matos Vale, de
Juiz de Fora (MG), que diz
ter conhecido o grupo ouvindo a rádio on-line Pandora. "Gostei imediatamente", diz Sérgio, que já é
avô. Ele também faz elogios à coluna, mas não vou
citá-los porque o objetivo
de hoje é malhar a "Escuta
Aqui". O que, aliás, foi feito
com estilo pela leitora Fabíola Camargo, declarando-se "indignadíssima"
com o que escrevi sobre os
AM. Educada, ela me chama de "senhor" o tempo
todo e diz que "não há idade para a música".
Joice Ventura também
está na bronca. "Tenho 34
anos e adoro Arctic Monkeys", fulmina. "Infeliz" e
"ridículo" são outros adjetivos que ela dispara contra o texto da segunda passada. Mas o recorde de raiva foi batido pelo Juliano
Mion. De cara, fulmina:
"Para seu próprio bem, vá
fazer uma terapia, procurar ajuda psiquiátrica!". Enquanto me esculhamba geral,
o Juliano até acha espaço para elogios ("sempre li a admirei" a coluna, diz), mas o principal são mesmo os ataques.
Diz que estou "preso a picuinhas de idade do senso comum mais rasteiro". E cita o grande filósofo roqueiro Serguei, de 73 anos: "Se vocês acham que sou velho, é simples: suicidem-se aos 30, e não serão velhos para nada".
Gostei desse lado dos Arctic Monkeys: suscitam paixões, fúria. Agradeço a eles pelos fãs que têm. Eu estava sentindo falta dessa adrenalina em "Escuta Aqui".
CD PLAYER
PLAY - POLÍCIA INGLESA
Prenderam a Lily Allen! Tomara
que a cela tenha isolamento
acústico e espaço para a Amy
Winehouse também.
PLAY - "WHAT'S THE ALTITUDE",
CUT CHEMIST
Hip hop minimal, quase só
violão (!), baixo e samples.
Groove, cérebro,
experimentalismo. Tudo certo.
PLAY - "NEON BIBLE", ARCADE
FIRE
Embacei meses para dar esse
Play. Mas o disco é bom mesmo,
apesar das letras auto-importantes.
Texto Anterior: Novo game de Harry Potter explora Hogwarts Índice
|