São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Escuta aqui

>>Álvaro Pereira Júnior
cby2k@uol.com.br

FUI BANCAR O engraçadinho na semana passada e o mundo caiu sobre minha cabeça. Escrevi que ninguém com mais de 30 anos, e que não seja nativo de língua inglesa, pode gostar da banda Arctic Monkeys, a nova sensação britânica. Isso porque, musicalmente, eles são convencionais. E o forte está nas letras, difíceis para não-ingleses entenderem.
Recebi uma chuva de e-mails revoltados, o mais interessante deles de um leitor de... 62 anos! Ele é Sérgio de Matos Vale, de Juiz de Fora (MG), que diz ter conhecido o grupo ouvindo a rádio on-line Pandora. "Gostei imediatamente", diz Sérgio, que já é avô. Ele também faz elogios à coluna, mas não vou citá-los porque o objetivo de hoje é malhar a "Escuta Aqui". O que, aliás, foi feito com estilo pela leitora Fabíola Camargo, declarando-se "indignadíssima" com o que escrevi sobre os AM. Educada, ela me chama de "senhor" o tempo todo e diz que "não há idade para a música".
Joice Ventura também está na bronca. "Tenho 34 anos e adoro Arctic Monkeys", fulmina. "Infeliz" e "ridículo" são outros adjetivos que ela dispara contra o texto da segunda passada. Mas o recorde de raiva foi batido pelo Juliano Mion. De cara, fulmina: "Para seu próprio bem, vá fazer uma terapia, procurar ajuda psiquiátrica!". Enquanto me esculhamba geral, o Juliano até acha espaço para elogios ("sempre li a admirei" a coluna, diz), mas o principal são mesmo os ataques.
Diz que estou "preso a picuinhas de idade do senso comum mais rasteiro". E cita o grande filósofo roqueiro Serguei, de 73 anos: "Se vocês acham que sou velho, é simples: suicidem-se aos 30, e não serão velhos para nada".
Gostei desse lado dos Arctic Monkeys: suscitam paixões, fúria. Agradeço a eles pelos fãs que têm. Eu estava sentindo falta dessa adrenalina em "Escuta Aqui".

CD PLAYER

PLAY - POLÍCIA INGLESA
Prenderam a Lily Allen! Tomara que a cela tenha isolamento acústico e espaço para a Amy Winehouse também.

PLAY - "WHAT'S THE ALTITUDE", CUT CHEMIST
Hip hop minimal, quase só violão (!), baixo e samples. Groove, cérebro, experimentalismo. Tudo certo.

PLAY - "NEON BIBLE", ARCADE FIRE
Embacei meses para dar esse Play. Mas o disco é bom mesmo, apesar das letras auto-importantes.


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