São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2011

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - cby2@uol.com.br

O Twitter e os extraterrestres

FELIZ 2011. Pronto, fiz a social. Vamos aos trabalhos.
Sempre que vejo alguém tuitando compulsivamente, contando a vida, fazendo foto de qualquer tranqueira, lembro de um de meus livros preferidos, "O Mundo Assombrado pelos Demônios", autobiografia do astrônomo Carl Sagan.
No capítulo sobre os supostos avistamentos de óvnis, Sagan diz algo do seguinte tipo: "Não se pode subestimar a miséria humana". Ele se refere especificamente às pessoas que dizem ter visto discos voadores, ou que afirmam ter tido contato com ETs.
Diante da total falta de prova científica de que extraterrestres visitem a Terra, Sagan volta o olhar para a psicologia. E o que ele enxerga são pessoas de vidas comuns, medíocres, sem horizonte ou perspectiva, em busca de alguma autoimportância. Esse povo, na análise de Sagan, precisa desesperadamente se sentir especial. Assim, dizem que foram sequestrados por ETs, viram naves multicoloridas, tiveram chips implantados não sei onde etc. etc.
Acho que, graças ao Twitter, o número de "avistamentos" e "contatos" com seres espaciais vai diminuir. Porque agora esse povo de vidinha besta encontrou nos posts de 140 caracteres um jeito de se expressar e ser alguém. "Estou tomando uma cerveja com meu primo", "veja esta foto da maçaneta do meu carro"...
Mas calma, jovem leitor! Não incluo você nessa. Sei que existe uma geração para quem o Twitter, blogs etc. são simplesmente mais uma forma de expressão. Para essa galera, é normal se manifestar a todo instante pela internet. É segunda natureza, como se diz.
Mas coroas que contam cada detalhe da vida, que tentam transformar as coisas mais triviais em grandes acontecimentos e deitam regras sobre tudo no Twitter, esses eu não perdoo, não.

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