"Tenho 20 e perdi a virgindade com meu namorado. Ele pediu para não usarmos camisinha porque a dor seria menor, mas não concordei. O máximo que ele fez, sem camisinha, foi encostar o pênis na minha vagina. Logo depois da transa me mudei e não vi mais o garoto. Só que notei que minha vagina ardia e estava com uma secreção branca. Isso durou dois meses e desapareceu. Não fui a um ginecologista porque tenho problemas de família."

A pergunta traz alguns pontos importantes para a gente refletir sobre o começo da vida sexual. Dúvidas como essa fazem parte do cotidiano de muitas garotas no Brasil de hoje, que se iniciam por volta dos 15, 16 anos de idade.
Elas, em geral, têm sua primeira vez com garotos mais experientes, que vivem inventando "desculpas" para conseguir transar sem proteção. Lendas como "a primeira vez não engravida", "não tem risco de pegar DST logo de cara" ou ainda "sem camisinha vai doer menos" são ditas à toda hora. Sorte que, como você, as garotas andam bem mais espertas, não cedem às propostas masculinas e o índice de uso de proteção na primeira vez tem andado alto, na casa dos 70%.
Mas brincadeiras do tipo encostar o pênis na vagina, colocar só um pouco na entrada, fazer sexo oral sem os devidos cuidados podem trazer algumas dores de cabeça.
Outra coisa comum é transar e, depois, nunca mais ver o garoto. Nessa fase da vida, a questão da "durabilidade" das relações é muito relativa. Mais um dado que reforça a importância da proteção.
O corrimento branco pode ter sido causado por um fungo, conhecido como Candida albicans, e pode não ter nada a ver com uma DST. Mas quem tem esse fungo pode transmitir para um parceiro quando transa sem camisinha.
Dois meses de corrimento sem tratamento é muito tempo! Você deveria ter procurado o médico imediatamente. Por mais problemas que sua família esteja enfrentando, sua saúde é fundamental.
Quem transa tem que se cuidar!

Jairo Bauer, 40, é médico
E-mail: jbouer@uol.com.br


Texto Anterior: Cartas
Próximo Texto: Eleições: 1 mês para o título
Índice