JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA

Uma alteração na rotina de um casal (ocasionada por uma mudança para outra cidade) acaba provocando um impacto na vida sexual. Essa situação traz uma série de pontos importantes para a gente discutir.
Uma mudança na freqüência pode tornar o sexo mais difícil e doloroso? Para alguns casais, essa situação pode acontecer mesmo. E o motivo não é simplesmente a menor freqüência. A distância, a falta de intimidade, o novo "formato" do namoro, tudo isso pode fazer com que a garota fique menos à vontade e acabe tendo problemas na dilatação e na lubrificação vaginal, o que torna o sexo mais incômodo.
Talvez uma conversa direta, que busque esclarecer como a mudança de cidade mexeu no sexo e no namoro, facilite a vida do casal. Muitas vezes, quem ficou para trás (no caso, sua namorada) tem medo de que o namoro termine. Para se proteger, ela tenta controlar mais as emoções e as sensações. Esse controle pode atrapalhar na hora do sexo.
Mudando um pouco de foco, toda vez que surge dor no sexo, é importante também uma avaliação do ginecologista. Ele vai dizer se existe algum problema de saúde que justifique a dor na hora da penetração (por exemplo, uma ferida na vagina ou no colo do útero).
E, já que você também sente dor na glande depois do sexo feito com camisinha, é uma boa idéia que você também passe por uma avaliação médica, só que com o urologista. Garotos com infecção na glande, com fimose, que usam preservativos muito apertados ou ainda que têm alergia à camisinha podem sentir dor e desconforto depois da transa.
Essa história de você comprar um anticoncepcional para a sua namorada por conta própria também está errada. Quem prescreve remédio é o médico, depois de entender de que sua namorada precisa exatamente. Não usar camisinha também não parece uma decisão sábia, muito menos usar pílula do dia seguinte como única forma de prevenir uma gravidez indesejada.
Como vocês estão morando longe e transando com menor freqüência, talvez a camisinha ainda seja a melhor solução. De qualquer forma, nada deve substituir o papo com o médico para a escolha da melhor forma de proteção para o casal, certo?