São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

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COMPORTAMENTO

Sem retoques

Eles até têm algo de diferente, mas plástica... nem pensar

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto algumas pessoas ficam de mal com o espelho por causa de uma (ou várias) partes do corpo, há quem não esteja nem aí para o que os outros possam considerar um "defeito".
João (nome fictício), 13, é um exemplo. Dono de orelhas de abano como as que fazem muitos operar, ele diz que não se incomoda com elas. E olha que ele sofre.
"Até meus tios me zoam. Agora deu uma melhorada, mas, quando era menor, era pior. Uma vez meu primo falou que, se eu demorasse um pouco mais para nascer, nascia voando", diz o adolescente.
Quando questionado sobre a cirurgia plástica, ele nem pestaneja: "Nem penso em fazer. O tamanho da minha orelha não vai mudar nada na minha personalidade", explica João.
Ele faz parte da maioria dos jovens brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha (veja ao lado), que diz que 58% das pessoas de 13 a 25 anos estão muito satisfeitas com sua imagem.
O estudante de publicidade Felipe Mitsueda, 21, é do mesmo partido. Ele teve muitas espinhas na adolescência e ficou com o rosto cheio de cicatrizes.
A namorada dele -Ligia Moreno, que colocou próteses de silicone e está na reportagem da página seis- já o perguntou se ele faria uma plástica para ficar com as bochechas lisinhas.
Ele disse não ao bisturi. "Não é nada que eu realmente queira fazer. Ela liga mais do que eu para isso", diz. "Além do mais, depois eu teria que tomar vários cuidados. Como eu sei que não vou fazer isso direito, prefiro ficar assim mesmo."
A própria namorada, adepta da plástica, é contra paranoias com a imagem.
"Isso de que tem que ser linda e magra não é bem assim. Cada pessoa tem sua beleza. Todo mundo tem seu espaço", diz.
(TARSO ARAUJO)


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