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COMPORTAMENTO
Sem retoques
Eles até têm algo de diferente, mas plástica... nem pensar
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto algumas pessoas ficam de mal com o
espelho por causa de
uma (ou várias) partes do corpo, há quem não esteja nem aí
para o que os outros possam
considerar um "defeito".
João (nome fictício), 13, é um
exemplo. Dono de orelhas de
abano como as que fazem muitos operar, ele diz que não se incomoda com elas. E olha que
ele sofre.
"Até meus tios me zoam.
Agora deu uma melhorada,
mas, quando era menor, era
pior. Uma vez meu primo falou
que, se eu demorasse um pouco
mais para nascer, nascia voando", diz o adolescente.
Quando questionado sobre a
cirurgia plástica, ele nem pestaneja: "Nem penso em fazer. O
tamanho da minha orelha não
vai mudar nada na minha personalidade", explica João.
Ele faz parte da maioria dos
jovens brasileiros, segundo
pesquisa do Datafolha (veja ao
lado), que diz que 58% das pessoas de 13 a 25 anos estão muito
satisfeitas com sua imagem.
O estudante de publicidade
Felipe Mitsueda, 21, é do mesmo partido. Ele teve muitas espinhas na adolescência e ficou
com o rosto cheio de cicatrizes.
A namorada dele -Ligia Moreno, que colocou próteses de
silicone e está na reportagem
da página seis- já o perguntou
se ele faria uma plástica para ficar com as bochechas lisinhas.
Ele disse não ao bisturi. "Não
é nada que eu realmente queira
fazer. Ela liga mais do que eu
para isso", diz. "Além do mais,
depois eu teria que tomar vários cuidados. Como eu sei que
não vou fazer isso direito, prefiro ficar assim mesmo."
A própria namorada, adepta
da plástica, é contra paranoias
com a imagem.
"Isso de que tem que ser linda e magra não é bem assim.
Cada pessoa tem sua beleza.
Todo mundo tem seu espaço", diz.
(TARSO ARAUJO)
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