São Paulo, segunda, 3 de maio de 1999

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Leitores comentam o massacre de Denver, a guerra em Kosovo, o trote, a importância do inglês e até o caos dos telefones

Massacre nos EUA
"Gostaria de expressar minha indignação com Bill Clinton por "responsabilizar os pais pelos atos dos filhos'. A lei de restrição à compra de armas nem sequer foi cogitada. Portanto, não será a última vez que veremos cenas de jovens armados matando pessoas. Os pais que não têm culpa terão de responder pelos seus filhos, enquanto armas continuarão a circular livremente naquele país, que o mundo inteiro considera Primeiro Mundo."
Diogenes Cortijo Costa Júnior, 22 (Campinas, SP)
Não culpem o Manson
"Como fã de rock e principalmente de Marilyn Manson, fiquei indignado quando vi na TV insinuações de que os dois jovens assassinos do massacre do Colorado foram influenciados pelas músicas do rockstar. Isso é ridículo! Como Manson disse numa entrevista, esses jovens têm Bíblia, livros e pais em casa (cujo acesso a armas é muito fácil nos EUA), e não é sua música que vai levá-los ou não a cometer um crime! Todos devem tirar da cabeça que rock é música de doido e marginal, pois hoje é o único estilo que permanece com músicos (sem playback) de verdade sem apelar para o erotismo."
Ian Herman (via e-mail)

Em defesa de Manson
"Mais uma vez a sociedade americana está culpando Marilyn Manson de suas falhas. Como muitos já devem saber, Manson e outras bandas estão sendo responsabilizados pelo assassinato na escola em Denver. A cidade de Portsmouth, próxima a Denver, baniu todas as roupas góticas, capas pretas e qualquer produto ligado à banda. Os senadores Susan Collins e Sam Brownback querem que a venda de qualquer gravação da banda seja proibida, alegando que elas influenciaram três acidentes em escolas. Isso é ridículo, como Manson pode ser responsável pela atitude de seus fãs? Criamos uma lista de discussão sobre o assunto, administrada pela Marilyn Manson The Web (www. news. com.br/relacao.htm)."
Lauri Castro, 18 (São Paulo, SP)

Iugoslávia e Brasil
"Concordo com a mensagem de Otávia Monaco (ed. de 26/4). Não interessa discutir a culpa da guerra na Iugoslávia, a impunidade é certa. As únicas pessoas que estão sendo punidas são os civis inocentes, as crianças que ficam sem pais. No Brasil também estamos vivendo uma guerra, só que ela é silenciosa e seus efeitos são os piores possíveis: queimadas na Amazônia, seca no sertão, violência nas grandes cidades, desemprego, corrupção. Essa guerra só vem à tona quando os meios de comunicação, em face de algum acontecimento impressionante de violência, resolvem aumentar sua audiência. É triste saber que não posso fazer nada sozinha. O povo brasileiro precisa de educação, pois só assim poderá lutar pelos seus direitos e evitar a impunidade. Espero que não só a guerra da Iugoslávia tenha um fim, mas todas as guerras e a ganância das potências mundiais."
Ângela Magalhães, 19 (via e-mail)

A guerra de Kosovo
"Nós, alunos da 8ª B do Colégio Anchieta, de Ribeirão Preto, SP, achamos que a guerra de Kosovo é uma vergonha para o mundo, pois Slobodan Milosevic é acusado de promover limpeza étnica. Isso pode virar a Terceira Guerra Mundial, pode ter um fim desastroso. Nós somos contra essa guerra, parem com ela!" Marcelo Cagno, Ricardo Coutinho, Eduardo Garbino (via e-mail)

Água no show do Bruce
"Deixo registrado o meu protesto a respeito do show do Bruce Dickinson (Via Funchal, 22/4). O show foi perfeito, não fosse a ganância dos donos da casa. A água dos banheiros foi cortada, impedindo que as pessoas se refrescassem. Tudo isso para que o público comprasse mais bebidas no bar. Quando o show acabou, a água voltou. Como ninguém me informou para quem eu devia reclamar durante o show, estou reclamando aqui. A higiene das pessoas não é mais importante? O dinheiro vale mais? Já basta a palhaçada que nós, estudantes, temos de passar para exercer nossos direitos, com essa carteirinha que somos obrigados a comprar. Gostaria que nos próximos eventos as autoridades tomassem as devidas precauções. Cadê a fiscalização?"
Ernesto Cauê Llop (via e-mail)

Alô, alô, Telefônica
"Estou indignada com a situação do sistema telefônico da cidade. Desde que a Telesp foi privatizada, a linha de casa ficou algumas vezes com problemas. Quando pedíamos para o defeito ser reparado, o atendimento demorava no mínimo de dois a três dias e nunca acontecia após o primeiro contato. A primeira vez que houve um problema, chegamos a ficar cerca de um mês sem linha.
Mas não é só isso. As contas também vêm incorretas, com valores absurdos e discriminação de telefonemas que nunca foram feitos. Os atendentes lá da empresa devem estar cansados de receber tanta ligação do meu pai reclamando do atendimento. Depois, a gente é obrigado a ver anúncios de desculpas enormes, e por sinal bem feitos, nos jornais, e assistir aquele ator (como é o nome dele?) ser o porta-voz da Telefônica para dizer que, apesar de tudo, o futuro será melhor. Já cansei de esperar!"
Rebekah Song, 17 (via e-mail)

Ensino privado presta
"Está certo o que o Gustavo disse sobre o trote (ed. de 26/4), os filhinhos de papai e tal, mas mandá-los para as faculdades privadas? Elas não prestam? Curso a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) e meu trote foi o mais civilizado possível, enquanto na medicina (pública) um rapaz foi morto. Caso o colunista esteja se referindo ao ensino, as públicas estão perdendo qualidade e mestres para as privadas. Por que eu não curso uma faculdade pública? Se não me deram um ensino médio que preste (público), que faculdade vou cursar?"
André Natal (via e-mail)

Analfabetos em inglês
"Apesar de discordar do Álvaro algumas vezes, nunca criticaria seu gosto (não se discute) musical. Mas ele se superou quando disse que jovem que não sabe inglês devia ter vergonha (ed. de 19/4). Será que ele vive no Brasil, onde pelo menos 30% da população é de analfabetos funcionais? Acho que ele vive em um mundo "Fantástico' ou considerou como jovens apenas os filhos da classe média."
Giuseppe Garibaldi (via e-mail)

Música e língua inglesa
"Gostaria de comentar alguns pontos da coluna "Escuta Aqui' (ed. de 19/4). Infelizmente ou felizmente tenho de concordar com o colunista, é fundamental nos dias de hoje saber a língua inglesa. Afinal, o mundo mudou, o "Parnasianismo' e o "Tropicalismo' já passaram e estamos na virada do século, não dá para ficar para trás.
Mas questiono: se o inglês é "primordial' para qualquer jovem e, quem não sabe "devia afundar a cabeça na terra de vergonha', por que as gravadoras e a mídia em geral não aceitam trabalhos de bandas jovens com repertório próprio (e bom) em inglês? Qual o preconceito? Porque essa tal dita "globalization' não acontece no cenário brasileiro? Será que estaremos condenados a ouvir "desce, rebola, rebola e desce'? Nada contra esse tipo de música, mas para mim ele não contribui em nada.
Agora, bandas que realmente têm o que dizer não são valorizadas pela mídia (que só quer produtos para usar e jogar fora) e por parte do público (por descaso, desinteresse, regime do "pão e circo') e ficam restritas a guetos "undergrounds' direcionados a pessoas que têm mais interesse em cultura do que "remexer a bunda'. Já está na hora da mídia e do público "acordar' para o século 21 e se conscientizar de que música (de boa qualidade) é universal e eterna. O que é bom fica, o que é moda passa.
Ah, Christian, ah, Jessé, vocês deviam ter assumido que são brasileiros, sim, e que também sabemos fazer coisas para agradar a gringos e brasileiros! É, feliz foi Morris Albert, que estourou no Brasil e no mundo cantando seu memorável (e único) sucesso, gravado em várias línguas por grandes intérpretes até hoje. E Offspring que o diga: "fellings, oh, oh, fellings'."
Débora Macedo (via e-mail)


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