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Leitores comentam o massacre de Denver, a guerra em Kosovo, o trote, a importância do inglês e até o caos dos telefones
Massacre nos EUA
"Gostaria de expressar minha indignação com Bill Clinton por "responsabilizar os pais pelos atos dos
filhos'. A lei de restrição à compra
de armas nem sequer foi cogitada.
Portanto, não será a última vez que
veremos cenas de jovens armados
matando pessoas. Os pais que não
têm culpa terão de responder pelos
seus filhos, enquanto armas continuarão a circular livremente naquele país, que o mundo inteiro
considera Primeiro Mundo."
Diogenes Cortijo Costa Júnior, 22
(Campinas, SP)
Não culpem o Manson
"Como fã de rock e principalmente
de Marilyn Manson, fiquei indignado quando vi na TV insinuações
de que os dois jovens assassinos do
massacre do Colorado foram influenciados pelas músicas do
rockstar. Isso é ridículo! Como
Manson disse numa entrevista, esses jovens têm Bíblia, livros e pais
em casa (cujo acesso a armas é
muito fácil nos EUA), e não é sua
música que vai levá-los ou não a
cometer um crime! Todos devem
tirar da cabeça que rock é música
de doido e marginal, pois hoje é o
único estilo que permanece com
músicos (sem playback) de verdade sem apelar para o erotismo."
Ian Herman (via e-mail)
Em defesa de Manson
"Mais uma vez a sociedade americana está culpando Marilyn Manson de suas falhas. Como muitos já
devem saber, Manson e outras
bandas estão sendo responsabilizados pelo assassinato na escola
em Denver. A cidade de Portsmouth, próxima a Denver, baniu
todas as roupas góticas, capas pretas e qualquer produto ligado à
banda. Os senadores Susan Collins
e Sam Brownback querem que a
venda de qualquer gravação da
banda seja proibida, alegando que
elas influenciaram três acidentes
em escolas. Isso é ridículo, como
Manson pode ser responsável pela
atitude de seus fãs? Criamos uma
lista de discussão sobre o assunto,
administrada pela Marilyn Manson The Web (www. news.
com.br/relacao.htm)."
Lauri Castro, 18 (São Paulo, SP)
Iugoslávia e Brasil
"Concordo com a mensagem de
Otávia Monaco (ed. de 26/4). Não
interessa discutir a culpa da guerra
na Iugoslávia, a impunidade é certa. As únicas pessoas que estão
sendo punidas são os civis inocentes, as crianças que ficam sem pais.
No Brasil também estamos vivendo uma guerra, só que ela é silenciosa e seus efeitos são os piores
possíveis: queimadas na Amazônia, seca no sertão, violência nas
grandes cidades, desemprego, corrupção. Essa guerra só vem à tona
quando os meios de comunicação,
em face de algum acontecimento
impressionante de violência, resolvem aumentar sua audiência. É
triste saber que não posso fazer nada sozinha. O povo brasileiro precisa de educação, pois só assim poderá lutar pelos seus direitos e evitar a impunidade. Espero que não
só a guerra da Iugoslávia tenha um
fim, mas todas as guerras e a ganância das potências mundiais."
Ângela Magalhães, 19 (via e-mail)
A guerra de Kosovo
"Nós, alunos da 8ª B do Colégio
Anchieta, de Ribeirão Preto, SP,
achamos que a guerra de Kosovo é
uma vergonha para o mundo, pois
Slobodan Milosevic é acusado de
promover limpeza étnica. Isso pode virar a Terceira Guerra Mundial, pode ter um fim desastroso.
Nós somos contra essa guerra, parem com ela!"
Marcelo Cagno, Ricardo Coutinho, Eduardo Garbino (via e-mail)
Água no show do Bruce
"Deixo registrado o meu protesto a
respeito do show do Bruce Dickinson (Via Funchal, 22/4). O show foi
perfeito, não fosse a ganância dos
donos da casa. A água dos banheiros foi cortada, impedindo que as
pessoas se refrescassem. Tudo isso
para que o público comprasse
mais bebidas no bar. Quando o
show acabou, a água voltou. Como
ninguém me informou para quem
eu devia reclamar durante o show,
estou reclamando aqui. A higiene
das pessoas não é mais importante? O dinheiro vale mais? Já basta a
palhaçada que nós, estudantes, temos de passar para exercer nossos
direitos, com essa carteirinha que
somos obrigados a comprar. Gostaria que nos próximos eventos as
autoridades tomassem as devidas
precauções. Cadê a fiscalização?"
Ernesto Cauê Llop (via e-mail)
Alô, alô, Telefônica
"Estou indignada com a situação
do sistema telefônico da cidade.
Desde que a Telesp foi privatizada,
a linha de casa ficou algumas vezes
com problemas. Quando pedíamos para o defeito ser reparado, o
atendimento demorava no mínimo de dois a três dias e nunca
acontecia após o primeiro contato.
A primeira vez que houve um problema, chegamos a ficar cerca de
um mês sem linha.
Mas não é só isso. As contas também vêm incorretas, com valores
absurdos e discriminação de telefonemas que nunca foram feitos.
Os atendentes lá da empresa devem estar cansados de receber tanta ligação do meu pai reclamando
do atendimento. Depois, a gente é
obrigado a ver anúncios de desculpas enormes, e por sinal bem feitos, nos jornais, e assistir aquele
ator (como é o nome dele?) ser o
porta-voz da Telefônica para dizer
que, apesar de tudo, o futuro será
melhor. Já cansei de esperar!"
Rebekah Song, 17 (via e-mail)
Ensino privado presta
"Está certo o que o Gustavo disse
sobre o trote (ed. de 26/4), os filhinhos de papai e tal, mas mandá-los
para as faculdades privadas? Elas
não prestam? Curso a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) e
meu trote foi o mais civilizado possível, enquanto na medicina (pública) um rapaz foi morto. Caso o
colunista esteja se referindo ao ensino, as públicas estão perdendo
qualidade e mestres para as privadas. Por que eu não curso uma faculdade pública? Se não me deram
um ensino médio que preste (público), que faculdade vou cursar?"
André Natal (via e-mail)
Analfabetos em inglês
"Apesar de discordar do Álvaro algumas vezes, nunca criticaria seu
gosto (não se discute) musical.
Mas ele se superou quando disse
que jovem que não sabe inglês devia ter vergonha (ed. de 19/4). Será
que ele vive no Brasil, onde pelo
menos 30% da população é de
analfabetos funcionais? Acho que
ele vive em um mundo "Fantástico'
ou considerou como jovens apenas os filhos da classe média."
Giuseppe Garibaldi (via e-mail)
Música e língua inglesa
"Gostaria de comentar alguns
pontos da coluna "Escuta Aqui'
(ed. de 19/4). Infelizmente ou felizmente tenho de concordar com o
colunista, é fundamental nos dias
de hoje saber a língua inglesa. Afinal, o mundo mudou, o "Parnasianismo' e o "Tropicalismo' já passaram e estamos na virada do século,
não dá para ficar para trás.
Mas questiono: se o inglês é "primordial' para qualquer jovem e,
quem não sabe "devia afundar a cabeça na terra de vergonha', por que
as gravadoras e a mídia em geral
não aceitam trabalhos de bandas
jovens com repertório próprio (e
bom) em inglês? Qual o preconceito? Porque essa tal dita "globalization' não acontece no cenário brasileiro? Será que estaremos condenados a ouvir "desce, rebola, rebola
e desce'? Nada contra esse tipo de
música, mas para mim ele não
contribui em nada.
Agora, bandas que realmente têm
o que dizer não são valorizadas pela mídia (que só quer produtos para usar e jogar fora) e por parte do
público (por descaso, desinteresse,
regime do "pão e circo') e ficam
restritas a guetos "undergrounds'
direcionados a pessoas que têm
mais interesse em cultura do que
"remexer a bunda'. Já está na hora
da mídia e do público "acordar' para o século 21 e se conscientizar de
que música (de boa qualidade) é
universal e eterna. O que é bom fica, o que é moda passa.
Ah, Christian, ah, Jessé, vocês deviam ter assumido que são brasileiros, sim, e que também sabemos
fazer coisas para agradar a gringos
e brasileiros! É, feliz foi Morris Albert, que estourou no Brasil e no
mundo cantando seu memorável
(e único) sucesso, gravado em várias línguas por grandes intérpretes até hoje. E Offspring que o diga:
"fellings, oh, oh, fellings'."
Débora Macedo (via e-mail)
Folhateen: al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São
Paulo, SP, CEP 01202-900. Mande seu nome completo,
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E-mail: Folhateen@uol.com.br
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