São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2006

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cinema

Quinto "Kids" é de skatistas

LUCRECIA ZAPPI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

"A primeira metade do filme é a vida real, e a segunda é uma fantasia que foi escrita em uma tarde." O último filme lançado por Larry "Kids" Clark, "Wassup Rockers", parte da história de Jonathan Velasquez e sua trupe, adolescentes americanos de origem latino-americana morando em South Central, subúrbio de Los Angeles.
"Deu o maior trabalho. Eles nunca atuaram antes e não tinham a menor paciência. Enquanto tentava filmá-los, se escondiam de mim ou ficavam correndo atrás da câmera. Mas era dessa irreverência que eu precisava", contou Clark no bate-papo da estréia do filme na semana passada, em Nova York.
Desde que se consagrou com "Kids" (1995), o diretor segue de carona na fórmula documental para tocar em temas polêmicos como sexo sem camisinha ou drogas (leia quadro abaixo).
Apesar de morarem em um bairro pobre e violento, Johnny e sua turma preferem andar de skate em vez de questionar a própria situação social. Aqui, a peça de resistência é a roupa.
Assim como os Ramones, se vestem de preto e calça justa, o que contrasta com o manequim tamanho família e as correntes douradas dos gangstas hip hop que dominam South Central.
Ouvem e tocam punk, e algumas de suas faixas recheiam a trilha sonora de "Wassup Rockers".
Mesmo com todo o nonsense da segunda parte do filme, quando vão andar de skate em Beverly Hills, desentendem-se com a polícia e partem para uma fuga macarrônica por mansões com malucas siliconadas e tiros nas costas, a essência da obra fica intacta. São adolescentes que só querem contar suas histórias e conquistar o próprio espaço.


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