São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

O corpo mutante

"Tenho 16 mas minha voz ainda é muito fina. Existe alguma solução para que a voz engrosse? Isso é normal?"

"Todas as mulheres da minha família possuem seios grandes. Estou com 14 e meus seios são pequenos. Ainda não menstruei. Será que eles ainda têm muito pra crescer?"

"Já tenho 16 anos a ainda sou magra. Meu corpo não muda: não tenho quadril nem seios. O que faço?"

JOVENS QUE se sentem "atrasados" ou "diferentes" porque julgam que seu corpo não mudou na mesma velocidade que o dos seus amigos e amigas. Voz, pêlos, barba, altura, tamanho de mamas e forma dos quadris são os focos mais usuais desse tipo de queixa.
É bom se lembrar de que essas dúvidas são extremamente comuns nessa fase da vida e que nem todos "crescem" ao mesmo tempo. E mais: mesmo depois de terminada a fase de mudança corporal (também conhecida como puberdade), nem todos ficam iguais. Coisas da genética, da biologia e, muitas vezes, das condições ambientais.
A voz se torna mais grave e grossa pela ação da testosterona (hormônio sexual masculino), que é responsável pela maior parte das mudanças nas características "sexuais" do corpo dos garotos (crescimento de pênis e testículos, desenvolvimento de músculos, aparecimento de barba e pêlos e engrossamento da voz).
Aos 16, alguns garotos podem ainda não ter tido tempo para todas as mudanças corporais, principalmente se eles começaram a se desenvolver mais tarde.
A garota de 14 ainda nem menstruou, ou seja, ela não concluiu seu desenvolvimento físico e sexual. Assim, ela ainda pode ficar mais alta e, sem dúvida, pode ter também um maior desenvolvimento das mamas. É importante dar um tempo para os hormônios agirem!
A garota de 16 se queixa de que ainda está magra e sem quadris e seios. É importante ela se lembrar de que ainda pode estar se desenvolvendo (como os dois leitores anteriores), mas ela tem que estar atenta para as características físicas das mulheres da sua família (já que existe uma carga genética que determina o jeito que, possivelmente, a gente vai ser). Se a mãe, as irmãs e as avós têm um biotipo (forma do corpo) mais magro e sem formas tão definidas, pode ser que nossa leitora fique mais parecida com as mulheres da sua família.
É duro, nessa fase, enfrentar as incertezas de como o nosso corpo vai ficar. Ainda mais em um momento da vida em que a "força" da comparação com os amigos e amigas é tão intensa e pode gerar tantas inseguranças. De uma maneira geral, um pouco de tempo atenua boa parte das diferenças e deixa as pessoas mais tranqüilas com o jeito que elas são. Respirar fundo e ter calma é, provavelmente, a melhor receita para esse período.


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