São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2006

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - @ - jbouer@uol.com.br

Uma vacina e sete recados

NA ÚLTIMA semana foi aprovada aqui no Brasil a vacina que pode proteger as garotas contra o vírus HPV (papilomavírus humano). Muitas pesquisas indicam que o HPV é hoje um dos principais causadores de doenças sexualmente transmissíveis em boa parte do mundo. Estima-se que, no Brasil, 20% das mulheres que têm vida sexual ativa vão ser contaminadas por esse vírus.
A família do HPV é grande. São vários subtipos, alguns mais relacionados ao aparecimento de lesões em forma de verruga na região genital ("crista de galo" ou condiloma acuminado) e outros mais ligados ao aparecimento do câncer de colo de útero, um dos tipos que mais mata mulheres.
A nova vacina promete prevenir principalmente contra o câncer causado pelos tipos mais agressivos de HPV (quatro deles no total), mas parece oferecer também proteção contra algumas formas de verrugas genitais.
A nova vacina, que já está sendo usada nos EUA há alguns meses, deve ser tomada em três doses. O ideal é que essa aplicação seja feita antes do início da vida sexual, quando as garotas ainda não entraram em contato com os vírus. Dessa forma, a chance de proteção é maior. Na pesquisa, garotas de 9 a 26 anos receberam a vacina.
Mas mulheres que já tiveram relações sexuais também podem. Seria boa idéia que uma vacina desse tipo fosse oferecida a toda a população feminina jovem do país e não só a quem possa pagar.
Recados:
1 Qualquer lesão que aparece na região do pênis ou da vagina precisa ser vista pelo médico.
2 Se a lesão lembrar uma verruga, há chance de ela ser causada pelo HPV.
3 Muitas lesões provocadas pelo HPV são invisíveis a olho nu. Por isso, toda garota que tem vida sexual ativa deve fazer, pelo menos uma vez por ano, avaliação com o ginecologista (exame de colposcopia e o papanicolaou)
4 A camisinha protege contra o HPV, mas se a lesão estiver fora da área de cobertura (por exemplo, na coxa ou no saco escrotal), há risco de transmissão.
5 Não compartilhe objetos de uso íntimo (calcinha, cueca, toalhas) com outras pessoas.
6 No namoro, se um dos dois está com HPV, o outro também precisa passar por avaliação médica.
7 Quem já teve HPV e tratou a lesão precisa fazer acompanhamento com o médico, já que um vírus desse tipo pode voltar a se manifestar.


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