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O nome dela é Polly Jean
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Fique sabendo agora como será um dos shows
mais importantes do ano
no Brasil, o de PJ Harvey
no Tim Festival, no dia
6/11, no Jockey Club de São Paulo.
Basta acessar www.bbc.co.uk/bbcfour/music/features/pj-harvey.shtml. É o link para um especial
de PJ na emissora inglesa BBC 4, que
foi ao ar na sexta-feira passada.
No momento em que escrevo, dá
para assistir, no link, a uma música,
"Harder". É possível que mais canções sejam liberadas ao longo da semana. As filmagens foram feitas em
uma antiga igreja londrina, hoje
convertida em espaço de ensaios da
orquestra sinfônica da cidade. Na
platéia, apenas cem pessoas.
A inglesa Polly Jean Harvey, a PJ
Harvey, 35, é uma das cantoras/guitarristas mais intensas já surgidas
no rock. Filha de pais hippies do interior da Inglaterra, a linda e magérrima PJ lançou há pouco seu sétimo
álbum, o autoproduzido "Uh Huh
Her". Sua música fala de extremos:
solidão, alturas, precipícios, êxtase.
No palco, a figura franzina de PJ
ganha dimensões gigantescas. No
especial da BBC, ela está de microssaia branca, tipo envelope, estampada com capas de seus discos (e como
os álbuns de PJ trazem na capa sempre fotos dela mesma, isso significa
dizer que ela fez o especial com uma saia decorada por imagens dela própria, PJ).
A blusa também é branca, de um ombro só.
Sapatos azuis altíssimos, de bico fino, meias curtas listradas. Perna direita à
frente, como em posição de ataque. Seja em um show pequeno para cem pessoas, seja em um festival com público de 35 mil, PJ não deixa dúvidas: é ela quem
está no comando.
Vi PJ Harvey ao vivo uma única vez, poucos dias depois dos atentados de 11 de
setembro de 2001. Foi no Warfield, teatro para 2.500 pessoas em San Francisco.
Época fácil para discursos lacrimosos e populismo panfletário. Mas essa não é a
onda de PJ Harvey. Seu contato com o público limitou-se a duas frases: "Sei que
estes são dias difíceis para todos nós. Obrigado por terem vindo".
Pelo vídeo da BBC, a banda que acompanha PJ parece bastante jovem, mais do
que a da turnê de 2001. As músicas podem ser diferentes, mas a coesão e a densidade sonoras se mantêm. Os shows de PJ costumam ser tão intensos quanto
sombrios. São experiências para se levar por uma vida toda. Se tiver dinheiro e
tempo, não deixe de ver essa deusa genial tocando no Brasil.
Álvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br
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