São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2009 |
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Cartas No mínimo, tosco
"Álvaro Pereira Júnior fez uma premiação na
sua coluna (Escuta aqui, ed. de 22/12) e nela
classificou o álbum "Black Ice", do AC/DC, como
"melhor álbum estrangeiro que eu não ouvi
mas sei que é ótimo porque confio em quem
ouviu". No mínimo, tosco! Essa desculpa de
"confio em quem ouviu" realmente não cola! Eu
confio na minha mãe, por exemplo, mas não é
porque ela gosta de gospel que eu irei eleger
um álbum gospel que ela curte só porque eu
confio nela! Só se copia o que é bom, Álvaro!"
Achei excelente a atitude da Carol em pichar o
muro branco da Bienal. Afinal, pichar é uma
arte que deveria ser respeitada e não
desprezada ou rotulada como um sinal de
vandalismo. Vandalismo é quebrar porta,
jogar latinha de refrigerante no vaso sanitário de banheiro
público, riscar com chave a janela, sujar ou colocar os pés
sujos no assento do metrô, do ônibus, destruir lixeira
pública, destruir o telefone público, jogar lixo pela janela
do carro. Pichar não é vandalismo, e sim uma arte que já
existia desde as antigas civilizações e que através das
pichações manifestavam suas opiniões, sua cultura, suas
ideologias e, principalmente, suas ideias. Tanto é que
sabemos disso através das escritas, pichações já feitas e
que foram aperfeiçoadas de acordo com o tempo. A Carol
pichou o muro branco que estava convidativo a quem fosse
se manifestar. Se não, nem teria um muro branco. Acredito
que todos deveriam respeitar a opinião dos outros,
principalmente a maneira de uns escolherem outros
métodos de protestos ou expressões. A dela é essa, de
pichar muros. A prisão e as críticas em razão da atitude da
Carol mostram claramente que ainda não vivemos numa
democracia como vivem falando, repetindo e defendendo, e
sim numa época ditatorial quando se expressar ainda era
crime. O que devemos fazer é aceitar, entender e apoiar a
prática. Isso faz parte da cultura."
"Sinto-me envergonhado ao ler uma matéria como a das
"festas" ("Odeio Réveillon", ed. de 29/12). Um jornal, antes de
mais nada, é um veículo de integração social e formador de
opinião. Expressar ideias, mesmo que não sejam do
jornalista (mas ainda assim são do jornal) como "riquinhos e
gente falsa se reúnem" só aumenta o preconceito e a
separação entre as diversas classes da sociedade. Só
riquinhos comemoram Réveillon???? A Praia Grande fica
cheia de riquinhos no Réveillon??? Se um indivíduo é
antissocial, sente vergonha de si mesmo e não tem coragem
de encarar uma festa de paz e celebração da vida, ele que se
enfie nos travesseiros e se cure da depressão, mas não
tente contaminar as pessoas normais, que trabalharam o
ano todo para poder finalmente celebrar o ano que passou,
as conquistas e realizações, e, por que não, a superação dos
problemas, das doenças e de tantos outros motivos para
comemorar..."
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