Compositor baiano é figurinha carimbada do cinema nacional

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na cultura brasileira, para onde quer que você olhe, Caetano Veloso bate cartão. E, cinema, é claro, não poderia ficar de fora. Ele é o rei das trilhas sonoras, participando de mais de 30 fitas. Só na semana passada, chegaram ao Folhateen três CDs de filmes com canções do compositor.
A questão é: Caetano é famoso porque está em todos os filmes, ou ele está em todos os filmes porque é famoso? Melhor é analisar os lançamentos e verificar como ele é polivalente.
"Ó Paí, Ó", de Monique Gardenberg, que estréia em 30/3, fala de um cortiço na Bahia, durante o Carnaval, e pede uma trilha mais regional. Caetano é símbolo da "baianidade", então está bem colocado ao lado de Timbalada e Olodum.
Mas Caetano também é (ou era) símbolo de revolução e contestação, então ele tem várias músicas na trilha de "Sol -Caminhando contra o Vento", documentário exibido nos cinemas no ano passado, sobre o jornal alternativo editado entre 1967 e 68, no Rio. Sabe o "sol" que Caetano canta em "Alegria, Alegria" ["o sol nas bancas de revista/ Me enche de alegria e preguiça"]? Então, ele falava sobre esse jornal.
Caetano ainda serve para dar credibilidade artística aos projetos. A trilha de "O Maior Amor do Mundo", também do ano passado, traz só uma música dele ("Não Identificado"), mas se encaixa nessa lógica. Isso sem contar que o filme é de Cacá Diegues, com quem trabalhou em "Tieta do Agreste" -aquele do "êta, êta, êta"...

"O Maior Amor do Mundo"
ouça: "Não Identificado" (Caetano Veloso)

"Ó Paí, ó"
ouça: "Canto do Mundo" (Caetano Veloso)

"Sol - Caminhando contra o Vento"
ouça: "Alegria, Alegria" (Caetano Veloso)

site do Caetano:
www.caetanoveloso.com.br

tem ainda os sites oficiais dos filmes, precisa?


Texto Anterior: Movimento questionava a caretice
Próximo Texto: +CDs
Índice