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trabalho
Tabuleiro de idéias
Conheça os brasileiros que criam jogos de tabuleiro,
muitos deles sucessos mundiais; aprenda a criar o seu
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fabiano Onça, 34, tem
uma daquelas carreiras divertidas que
profissionais mais
tradicionais nem
imaginam que exista: criador
de jogos. Em vez de passar o dia
em um escritório vestindo gravata, fica em casa pensando,
por exemplo, em quantos pontos cada jogador precisa juntar
para vencer uma partida de um
game novo. O que não quer dizer que sua vida seja fácil. Inventar jogos pode ser, na verdade, bastante complicado.
"É como uma caixinha de
música", explica. "Tem que
funcionar perfeitamente tanto
na parte técnica quanto na humana." Ou seja -além de não
ter falhas nas regras, os jogos
precisam cativar o jogador,
criando nele tensão e ansiedade. "Sempre gostei muito de jogos", diz. "Quando tinha dez
anos, fazia tabuleiros de cartolina e pedia para meus tios
brincarem comigo", conta.
Mas foi mais tarde, em 2002,
que Onça decidiu levar os jogos
a sério. Dois anos depois, ficou
em primeiro lugar em um concurso internacional de criadores de jogos na França.
Sua conquista mais recente
foi o lançamento do game "Vineta", na Alemanha, um dos
mercados mais importantes do
segmento. No jogo, os participantes fazem o papel de deuses
enfurecidos que precisam afogar a população da ilha de Waka-Waka e, ao mesmo tempo,
salvar os que lhes são fiéis.
"A Alemanha é o maior pólo
de desenvolvimento de jogos
do mundo, o que há de mais
moderno é lançado lá", explica
André Zatz, 34, outro criador.
Em 2006, Zatz lançou no país
germânico o game "Hart an der
Grenze" (expressão que, em
português, poderia ser traduzida por "essa foi por pouco").
"É um jogo de blefe", explica
o criador. Um jogador faz o papel de guarda na fronteira do
México e tem que descobrir
qual dos turistas está mentindo
a respeito do que trazem nas
suas malas.
No Brasil, o jogo ainda não
tem previsão de ser lançado
-"são mercados muito diferentes", diz Zatz. "Aqui, os jogos focam em crianças. Na Europa, são voltados também para o público adulto", comenta.
Zatz gosta de jogos de tabuleiro desde pequeno. Jogava os
superclássicos "War" e "Banco
Imobiliário". O passatempo
passou a ser profissão aos 22
anos, quando começou a criar
games com seus amigos e a oferecer para fabricantes. Hoje,
vende suas idéias para grandes
empresas como Grow, Estrela e
Toyster. Nada mal.
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