São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

trabalho

Tabuleiro de idéias

Conheça os brasileiros que criam jogos de tabuleiro, muitos deles sucessos mundiais; aprenda a criar o seu

DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fabiano Onça, 34, tem uma daquelas carreiras divertidas que profissionais mais tradicionais nem imaginam que exista: criador de jogos. Em vez de passar o dia em um escritório vestindo gravata, fica em casa pensando, por exemplo, em quantos pontos cada jogador precisa juntar para vencer uma partida de um game novo. O que não quer dizer que sua vida seja fácil. Inventar jogos pode ser, na verdade, bastante complicado.
"É como uma caixinha de música", explica. "Tem que funcionar perfeitamente tanto na parte técnica quanto na humana." Ou seja -além de não ter falhas nas regras, os jogos precisam cativar o jogador, criando nele tensão e ansiedade. "Sempre gostei muito de jogos", diz. "Quando tinha dez anos, fazia tabuleiros de cartolina e pedia para meus tios brincarem comigo", conta.
Mas foi mais tarde, em 2002, que Onça decidiu levar os jogos a sério. Dois anos depois, ficou em primeiro lugar em um concurso internacional de criadores de jogos na França.
Sua conquista mais recente foi o lançamento do game "Vineta", na Alemanha, um dos mercados mais importantes do segmento. No jogo, os participantes fazem o papel de deuses enfurecidos que precisam afogar a população da ilha de Waka-Waka e, ao mesmo tempo, salvar os que lhes são fiéis.
"A Alemanha é o maior pólo de desenvolvimento de jogos do mundo, o que há de mais moderno é lançado lá", explica André Zatz, 34, outro criador.
Em 2006, Zatz lançou no país germânico o game "Hart an der Grenze" (expressão que, em português, poderia ser traduzida por "essa foi por pouco").
"É um jogo de blefe", explica o criador. Um jogador faz o papel de guarda na fronteira do México e tem que descobrir qual dos turistas está mentindo a respeito do que trazem nas suas malas.
No Brasil, o jogo ainda não tem previsão de ser lançado -"são mercados muito diferentes", diz Zatz. "Aqui, os jogos focam em crianças. Na Europa, são voltados também para o público adulto", comenta.
Zatz gosta de jogos de tabuleiro desde pequeno. Jogava os superclássicos "War" e "Banco Imobiliário". O passatempo passou a ser profissão aos 22 anos, quando começou a criar games com seus amigos e a oferecer para fabricantes. Hoje, vende suas idéias para grandes empresas como Grow, Estrela e Toyster. Nada mal.


Texto Anterior: Conexão cortada
Próximo Texto: Casa de jogos legais é legal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.