GABRIELA ORESTES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Diferentemente de boa parte dos adolescentes, sou adepta dos clássicos.
A obrigatoriedade imposta pela escola acaba tornando essas leituras maçantes. Mas dá para torná-las divertidas.
Em "Por Que Ler os Clássicos", Italo Calvino escreve que eles são livros que carregam traços das leituras anteriores às nossas, além de marcas que deixaram nas culturas que atravessaram.
Assim, a questão não é se você gosta ou não de José de Alencar, por exemplo, e sim a importância que "Iracema" teve para o Brasil.
Não se lê clássicos só pela trama do livro. A questão histórica supera as dificuldades contextuais e de linguagem.
Não custa retomar os livros encostados na estante. Quem sabe o problema deles não está justamente no nosso olhar viciado?