ESCRITOR AMERICANO RECONTA 90 CLÁSSICOS EM QUADRINHOS DE UMA PÁGINA: "É ÓTIMO PARA "POSERS""

BRAULIO LORENTZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Conhecer obras clássicas de Kafka, Proust ou Cervantes em poucos segundos virou um sonho possível.
Isso graças ao talento de Thomas Wengelewski, que espreme centenas de páginas em três quadrinhos.
O escritor americano é autor de "90 Livros Clássicos para Apressadinhos", em que reconta obras como "O Processo", "Em Busca do Tempo Perdido" e até "O Alquimista", de Paulo Coelho, em quadrinhos que ocupam uma página.
Os "spoilers" que recheiam o livro não renderam reclamações. "Todo o mundo têm certa familiaridade com essas histórias. Se você não sabe o fim de "Romeu e Julieta", não pode nos culpar", brinca Wengelewski, em entrevista ao Folhateen.
Para ele, o livro pode até encorajar a leitura de clássicos zoados por ele e pelo ilustrador Henrik Lange.
Os quadrinhos foram criados para fazer com que pessoas avessas às passadas de páginas possam soar mais espertas em festinhas.
"Você pode impressionar alguém soltando frases afiadas de clássicos depois de ler o livro no banheiro. É ótimo para "posers'!", diz.
Por outro lado, o roteirista aposta que o livro pode fazer com que curiosos busquem obras sem tantas ilustrações.
"Gosto de pensar que alguém possa pegar "O Grande Gatsby" [do americano F. Scott Fitzgerald] por causa do nosso trabalho. Mas talvez eu seja um idealista."
Resumir livros em apenas uma página foi um desafio. Dá para entender por que o livro mais difícil de enxugar em uma folha tenha sido justamente o mais lido do mundo: a Bíblia.
"Tomamos decisões difíceis na hora dos cortes. Peço desculpas a Moisés, Rei Davi e São Paulo", ironiza.
Todos os resumos dão uma ideia geral da obra ou arrancam risadinhas de canto de boca.
Outro que o autor engraçadinho destaca é o de "Cem Anos de Solidão", do colombiano Gabriel García Márquez. "Desde que o li pela primeira vez, fiquei impressionado com o fato de ter tantos personagens com o mesmo nome", recorda.


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