São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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esportes

Rolimã assusta os gringos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Saindo da antiga estação ferroviária da cidade de Casimiro de Abreu, cada time deveria correr 24 quilômetros em um carrinho de rolimã sobre os trilhos da ferrovia. Sem saber bem o que fazer com aquilo, algumas equipes tentavam equilibrar os quatro integrantes sobre a superfície de madeira de aproximadamente 2 x 1,5 metros.
Outras deixavam os mais cansados irem sentados enquanto uma ou duas pessoas empurravam os carrinhos. Independentemente do método, o importante era chegar ao final. Mesmo que o carrinho quebrasse, os competidores eram obrigados a carregá-lo até a próxima prova.
Para os neozelandeses, que nunca tinham visto um rolimã antes, a prova foi a mais hilária. "Íamos com o carrinho em alta velocidade e, quando chegamos na curva, saímos todos rolando pelo mato!", contou Anna Berthelsen, da OrionHealth, terceira no final da Ecomotion.
Após saber que o rolimã era uma brincadeira bastante comum entre as crianças brasileiras, ela perguntou espantada: "O quê? Então as crianças brincam com os carrinhos nos trilhos dos trens?" Não, Anna, calma, não é bem assim...
E de calma foi o que mais precisaram as equipes Athena e ECP Selva. Enquanto curtiam o rolimã, um trem turístico apareceu fumegando nos trilhos! O maquinista freou a tempo e, minutos depois, todos tiveram seus carrinhos confiscados pelas embasbacadas autoridades de segurança da região.
Mais à frente, a equipe Buff Coolmax, da Espanha, enfrentava seu último desafio: 24 quilômetros de remo eram tudo o que separavam os atletas da chegada, na Praia dos Ossos, em Búzios. Enfrentando uma tempestade de raios e ondas de até quatro metros, os competidores agüentaram as cinco horas dentro do mar.

O segredo espanhol
À 1h45 do dia 25 de outubro, o time espanhol venceu a maratona, após cinco dias de competição. A equipe, que afirmou ter dormido apenas uma hora e 20 minutos durante toda a prova, repetiu o clichê esportivo: "Vencemos porque acreditamos que seríamos os primeiros e nunca jogamos a toalha", disse a capitã Emma Rodriguez.
Entretanto foi Pablito, da equipe de apoio, quem deu com a língua nos dentes. Segundo ele, o segredo do time foi a alimentação bem brasileira, com direito a coxinhas, risóles, goiabada e paçoca.
Para beber, nada de água. Para o atleta Francisco Javier Lopez, o Fran, só cerveja. Pablito jura de pés juntos que ali estão vários nutrientes necessários ao organismo dos atletas. A gente finge que acredita.
(JULIANA CALDERARI)


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