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esportes
Rolimã assusta os gringos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Saindo da antiga estação ferroviária da cidade de Casimiro
de Abreu, cada time deveria
correr 24 quilômetros em um
carrinho de rolimã sobre os trilhos da ferrovia. Sem saber bem
o que fazer com aquilo, algumas
equipes tentavam equilibrar os
quatro integrantes sobre a superfície de madeira de aproximadamente 2 x 1,5 metros.
Outras deixavam os mais
cansados irem sentados enquanto uma ou duas pessoas
empurravam os carrinhos. Independentemente do método,
o importante era chegar ao final. Mesmo que o carrinho quebrasse, os competidores eram
obrigados a carregá-lo até a
próxima prova.
Para os neozelandeses, que
nunca tinham visto um rolimã
antes, a prova foi a mais hilária.
"Íamos com o carrinho em alta
velocidade e, quando chegamos
na curva, saímos todos rolando
pelo mato!", contou Anna Berthelsen, da OrionHealth, terceira no final da Ecomotion.
Após saber que o rolimã era
uma brincadeira bastante comum entre as crianças brasileiras, ela perguntou espantada:
"O quê? Então as crianças brincam com os carrinhos nos trilhos dos trens?" Não, Anna, calma, não é bem assim...
E de calma foi o que mais precisaram as equipes Athena e
ECP Selva. Enquanto curtiam o
rolimã, um trem turístico apareceu fumegando nos trilhos! O
maquinista freou a tempo e,
minutos depois, todos tiveram
seus carrinhos confiscados pelas embasbacadas autoridades
de segurança da região.
Mais à frente, a equipe Buff
Coolmax, da Espanha, enfrentava seu último desafio: 24 quilômetros de remo eram tudo o
que separavam os atletas da
chegada, na Praia dos Ossos,
em Búzios. Enfrentando uma
tempestade de raios e ondas de
até quatro metros, os competidores agüentaram as cinco horas dentro do mar.
O segredo espanhol
À 1h45 do dia 25 de outubro,
o time espanhol venceu a maratona, após cinco dias de competição. A equipe, que afirmou ter
dormido apenas uma hora e 20
minutos durante toda a prova,
repetiu o clichê esportivo:
"Vencemos porque acreditamos que seríamos os primeiros
e nunca jogamos a toalha", disse a capitã Emma Rodriguez.
Entretanto foi Pablito, da
equipe de apoio, quem deu com
a língua nos dentes. Segundo
ele, o segredo do time foi a alimentação bem brasileira, com
direito a coxinhas, risóles, goiabada e paçoca.
Para beber, nada de água. Para o atleta Francisco Javier Lopez, o Fran, só cerveja. Pablito
jura de pés juntos que ali estão
vários nutrientes necessários
ao organismo dos atletas. A
gente finge que acredita.
(JULIANA CALDERARI)
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