Eu não sabia, mas a palavra "ímpar" tem um uso superespecial em nossos dias: ela designa pessoas que têm alguma deficiência em algo que originalmente é par no corpo.
Em geral, as pessoas têm duas pernas, dois braços, dois olhos e tal.
Quem tem algum problema em um
desses órgãos ou membros pares se chama, por isso mesmo, ímpar.
Quem tem tal problema ou mesmo quem não tem, mas se interessa pelo tema, como é que faz? Lê a nova novela de Marcelo Carneiro da Cunha, chamada "Ímpar".
Enredo básico: um menino-adolescente chamado José Luiz, apelidado Zóli, perdeu um braço num acidente de carro. Sua mãe era quem dirigia e, embora não tenha tido responsabilidade na batida, ficou com uma imensa culpa. Zóli
acaba tendo um comportamento meio arredio, preferindo ficar solitário.
Ele mesmo conta sua história, as coisas que recorda do acidente, e fixa sua atenção no período da nova e triste vida, quando precisa se adaptar à nova realidade. Na fisioterapia, sua história começa a mudar, porque conhece ali uma menina ímpar, com problemas numa perna. Uma criatura iluminada que compra a briga certa e exercita sua vida como melhor consegue.
Adivinhe se eles vão se dar bem! Bem e mal, como sempre acontece entre meninos e meninas, é claro. E tudo isso contado numa linguagem totalmente adequada, que proporciona uma leitura emocionante.