São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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Trabalho em jogo

INDÚSTRIA DE GAMES GERA EMPREGO DOS SONHOS; PIRATARIA EMPACA O SETOR NO BRASIL

Carlos Cecconello/Folhapress
O estudante de design de games Yuri Kerr, 20, já trabalha na área em SP

RENATO CORRÊA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Já sonhou em trabalhar com videogames?
Se sim, saiba que não basta jogar bastante para conseguir um emprego no setor. É preciso muito estudo.
A indústria de jogos fatura atualmente mais do que a de filmes.
E os salários desse mercado estão mais altos do que o de muitas carreiras tradicionais nos Estados Unidos.
Recentemente, foi divulgada a média salarial de quem trabalham na indústria norte-americana de games: US$ 75 mil anuais, pouco mais de R$ 11 mil por mês.
Para criar um jogo, são necessários basicamente quatro profissionais: programadores, designers de games, roteiristas e artistas gráficos.
Os salários mais altos são os dos programadores, seguidos pelo dos artistas gráficos, dos designers de games -que criam as regras do jogo- e dos roteiristas.
"Antes, os programadores constituíam o maior número de trabalhadores numa equipe. Hoje, os artistas estão em maioria e, ao que tudo indica, logo serão ultrapassados pelos roteiristas, responsáveis pela criação de conteúdo", explica Tarqüínio Teles, da Hoplon Infotainment, empresa que desenvolve o jogo de ficção científica "Taikodom", que, até agora, custou mais de US$ 15 milhões.

BRASIL X PIRATARIA
Se você já está prestes a sair correndo para contar aos seus pais como as longas horas na frente do videogame acabarão rendendo um futuro bem-sucedido, saiba antes que a realidade brasileira é bem diferente.
De acordo com a Abragames (Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos), a média salarial dos trabalhadores da indústria no país é de R$ 2.300.
E, mesmo assim, não é fácil encontrar um lugar ao sol. A produção nacional de jogos é pequena.
Obstáculos como a pirataria e o alto custo para adquirir softwares e hardwares no Brasil acabam fazendo com que o nosso país seja responsável por apenas 0,16% do faturamento no mercado mundial de games.
O México, que enfrentava o mesmo problema, teve os impostos reduzidos e agora é o maior concorrente do Brasil entre os mercados emergentes para jogos. A aposta aqui é produzir para o mercado internacional.

FORMAÇÃO
Para iniciar uma carreira na área, o caminho lógico são as faculdades e os cursos técnicos de jogos eletrônicos.
Antes, é bom considerar o aviso de Natal Anacleto, professor da área na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade do Vale do Itajaí (Univali): "É muito difícil ter um curso específico para todas as áreas deste mercado. E é complicado ensinar tudo o que é preciso saber para desenvolver games".
Fica a dica de Winston Petty, presidente da Kidguru Studios, desenvolvedora nacional de games. "Não basta estudar. Além de ser autodidata, é preciso criar projetos para apresentar a empregadores." Ah, e é claro, jogar videogame ainda é um pré-requisito fundamental.


Colaborou Carlos Oliveira


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