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São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2003

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MÚSICA

Filhos de artistas põem à prova a eficácia do DNA musical

Como os nossos pais

RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mês dos pais continua a ser agosto. Outubro é o das crianças, que alguns podem entender como filhos. Deve ser o que o pessoal do Sesi pensou quando escalou seus convidados para o projeto "Terças Musicais" deste mês, em SP.
Lá, vão se apresentar, de graça, somente músicos filhos de músicos. Denominação que, às vezes, incomoda, e, outras, orgulha.
O primeiro da fila é Max Viana, 30, que acabou de lançar seu primeiro disco, "No Calçadão", com repertório quase todo autoral, no qual ele mistura MPB com pitadas de música eletrônica, e que vai ser a base para a apresentação de amanhã (7/10). De quem ele é filho? "Para mim, é tranquilo ser filho do Djavan. Ele é influência, sim, mas meu trabalho é totalmente autoral e eu não sinto a necessidade de tentar fazer diferente do dele", diz.
De todo modo, nesse show ele vai ter de fazer diferente. "As apresentações vão ser acústicas, mais intimistas. Deve rolar alguma surpresa, mas nada do meu pai", antecipa.
Na semana que vem, dia 14/10, é a vez dos irmãos Philippe Baden Powell, 25, e Marcel Powell, 21, que, como o sobrenome entrega, são filhos do violonista Baden Powell (1937-2000). Philippe toca piano, já Marcel, também é do violão. Por isso, fazer comparações é quase automático. "O fato de ser filho abre muitas portas. Mas tenho de provar que sou bom a cada vez que toco, pois há muita responsabilidade em carregar o nome do meu pai", afirma Marcel, que teve no pai o único professor de violão. "Isso fez com que ele ficasse com a mesma pegada", conta Philippe.
Os dois vão apresentar um concerto em que os fãs de Baden pai não vão ter do que se queixar, pois músicas características de seu trabalho, como "Samba da Bênção", estão confirmadas.

"As princesas gostam"
Rei da soul music brasileira, Tim Maia (1942-1998), deixou com saudade uma montanha de súditos. Uma complicação a mais para o filho dele, Léo Maia, 27, administrar. Mas o governo de Léo, que se apresenta no dia 21/10, parece que vai ser bem democrático. "Nesse show vou até fazer um medley com "Primavera", "Você" e "Azul da Cor do Mar". As princesas gostam", declama.
Léo está em fase de gravação de seu disco de estréia, que deve sair entre março e abril do ano que vem. Vindo de uma família inteira de músicos, ele ainda tentou ser advogado. Mais para agradar e ajudar o pai, admite. Mas, no final, as melodias derrotaram a burocracia.
A mais popular de toda essa galera, Luciana Mello, 24, nem sabia que o tema que a juntava aos outros músicos desse projeto tinha a ver com a genética. "Não sabia que esse era o mote do espetáculo. Ia, e vou, fazer meu show normal", avisa.
Quanto ao set list do dia 28 de outubro, a filha de Jair Rodrigues, está desencanada. "Geralmente, escolho na hora do show, não fico programando. Vou mostrar meu disco novo. Só apresento alguma coisa do meu pai quando é uma homenagem ou algo do tipo." Agora, é só escolher seu "filho" preferido.

Terças Musicais
Quem: Max Viana (amanhã, 7/10); Philippe Baden Powell e Marcel Powell (14/10); Léo Maia (21/10); e Luciana Mello (28/10)
Horário: 20h
Onde: teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313)
Ingresso: grátis (devem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria)
Informações: 0/xx/11/3146-7406


Ouça trechos de músicas com Max Viana ligando para 0/xx/11/3471-4000. Digite 4. Custo: só o da ligação.


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