São Paulo, segunda, 7 de abril de 1997.

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Mangue mostra força no Abril Pro Rock


H.D. MABUSE
especial para a Folha

Divulgação
A banda Eddie será uma das atrações no palco alternativo do Abril Pro Rock 97


Quando Fred Zero Quatro, do Mundo Livre S/A, escreveu no manifesto "Quanto Vale uma Vida?" que "a utopia mangue continua..." sabia muito bem do que estava falando.
Dois fatos irão marcar nacionalmente o primeiro semestre com as boas vibrações do mangue: o festival Abril Pro Rock 97 e os lançamentos de estréia de duas bandas de Recife, Devotos do Ódio e Dona Margarida Pereira & os Fulanos.
Na quinta edição, o Abril Pro Rock trocou de endereço. Os shows, em dois palcos (veja programação ao lado), acontecem no Centro de Convenções, em Olinda. Até 96, o local era o Circo Maluco Beleza, ao ar livre.
Será o primeiro ano, também, em que o festival entra para o calendário de eventos oficiais do governo do Estado, passando a contar com infra-estrutura que inclui linhas especiais de ônibus de vários pontos da cidade até o evento.
As expectativas se voltam às novidades de Recife: Querosene Jacaré, Otto, Cascabulho, Devotos do Ódio, Eddie e Dona Margarida Pereira & os Fulanos são alguns dos shows mais esperados.
O que ainda faz falta são os grupos de rap e a ausência inexplicável do Mundo Livre S/A que, aparentemente por atritos entre a produção do evento e seu empresário, fica fora do festival.
O Abril Pro Rock é o melhor exemplo de um festival que cresceu junto com uma cena. No ano passado, a noite com Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio e Chico Science & Nação Zumbi teve um público de mais de 5.000 pessoas.
Na chuva, todos ficaram até as seis da manhã dançando e aplaudindo bandas locais, para espanto dos produtores do entretenimento oficial da cidade que, até então, não davam o valor devido à cena.

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