São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

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música

O namorado da Lovefoxxx

Simon Taylor-Davis, guitarra do Klaxons e caso da cantora do Cansei de Ser Sexy, fala de show no Brasil

LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM LONDRES

O Klaxons é a banda do amanhã. Mesmo. Suas letras, de realidade fantástica, remetem a encontros amorosos no futuro, e eles se autodefinem como um quarteto de 2012.
Quer dizer. O Klaxons é uma banda de ontem. Seu som é considerado uma espécie de punk-funk ficção-científica, com a parte groovie buscando elementos na cultura rave dos anos 90.
Não, o Klaxons é "a" banda de hoje. O grupo novo mais badalado da Inglaterra, que causou um certo pandemônio no último festival Coachella, na Califórnia, e deve provocar bagunça maior agora na turnê britânica de 15 shows esgotados, que começaria ontem à noite em Glasgow, na Escócia. Sem falar na respeitável turnê européia que vem na seqüência, nas apresentações em grandes festivais no Reino Unido, na Espanha e no Japão e um show no Brasil.
Para o Klaxons, o futuro é agora. E o agora tem fortes conexões brasileiras. O disco de estréia da banda do guitarrista Simon Taylor-Davis, "Myths of Near Future", acaba de ganhar edição nacional.
Em entrevista ao Folhateen, em Londres, o músico diz que está tudo correndo bem para que o Klaxons se apresente no Brasil no final do ano. E, para completar a brasilidade, Simon namora a cantora Lovefoxxx, do Cansei de Ser Sexy.

 

FOLHA - De onde vocês tiraram o nome Klaxons?
SIMON TAYLOR-DAVIS
- Jamie [Reynolds, baixista e co-vocalista] tirou o nome do Manifesto Futurista. Ele é obcecado por esse artigo do começo do século que marcou o início do futurismo [movimento artístico e literário].

FOLHA - O Klaxons parece ser uma banda dance tocando rock. Ou um grupo de rock fazendo dance music. Vocês, que gostam tanto do futuro, como vêem o Klaxons no segundo, terceiro disco?
SIMON
- Eu vejo a gente tentando fazer rock dançante do jeito que o David Bowie fazia.

FOLHA - Como você apresentaria o CD "Myths of Near Future" para um brasileiro que não conhece o Klaxons e encontra o disco nas lojas?
SIMON
- Nosso disco é, digamos, psy pop, ou um CD de "barulho interessante". Viajante e real ao mesmo tempo. A onda agora entre os ingleses é falar sobre o ponto de ônibus, o mundo real. Não tenho nada contra isso, até gosto. Mas a gente quis construir um mundo "real" só nosso. Somos uma banda que se reuniu para tocar em novembro de 2005, só para ver o que dava. Em janeiro, já tínhamos empresário, ofertas de gravadora e turnê acertada. O que aconteceu a partir daí conosco é tão mágico e surreal... Perto disso, nossas letras são até normais.

FOLHA - Eu li que vocês têm uma obsessão com a cultura rave dos anos 90, mas odeiam ser chamados de líderes da new rave, termo criado pela imprensa inglesa que bota vocês como ícones e abarca dezenas de bandas dance-rock que inclui até o Bonde do Rolê. O que é new rave?
SIMON
- New rave é um rótulo estúpido que criamos para zoar com os jornalistas que perguntavam que música era aquela que estávamos fazendo. Achamos que seria engraçado inventar nosso próprio estilo musical. Virou uma maldição, porque qualquer rock dançante agora é new rave.

FOLHA - Como foi a tour com os brasileiros do CSS pelo Reino Unido [15 shows conjuntos entre janeiro e fevereiro]?
SIMON
- Amo CSS. Já gostava antes de conhecê-los pessoalmente. Adorava ficar bêbado com os amigos ouvindo "Let's Make Love and Listen to Death from Above". Depois, quando eu conheci a Lovefoxxx, virei um "stalker" (perseguidor). Pensei: quero para mim.

FOLHA - Essa conexão pode levar o Klaxons a tocar em breve no Brasil?
SIMON
- Devemos tocar no Brasil em outubro. Está tudo correndo bem para esses shows acontecerem.

MYTHS OF NEAR FUTURE
Klaxons
www.klaxons.net
Ouça: "Atlantis to Interzone"


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