São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Jornalismo on-line bomba festivais

SEMANA PASSADA, fui ao Primavera Sound, em Barcelona, festival que abre a temporada dos grandes eventos de música europeus. Mais de 150 bandas tocaram por lá, entre novatos e hypados como The Xx e The Drums, e veteranos como Pixies e Pavement.
Mais impressionante que a boa escalação de bandas é ver como, em meio a duas crises -a da indústria fonográfica e a econômica (na Europa, com desemprego recorde na Espanha)-, o Primavera Sound conseguiu crescer tanto: foram 80 mil espectadores em 2009 e 100 mil neste ano.
A internet ajuda a explicar o fenômeno. Plataformas de jornalismo musical, como o site Pitchfork, passaram a desempenhar um papel crescente no mercado de shows.
Não só ajudam a formar um público global para o rock e a eletrônica indie mas também produzem, no mundo real, a circulação das bandas.
No festival catalão, o Pitchfork era literalmente o dono de um dos principais palcos do evento, onde tocaram vários dos artistas mais esperados. Organiza anualmente também seu próprio festival em Chicago.
Essa aliança entre jornalismo musical na rede e produção real de bandas, em festivais próprios ou não, é um modelo que deu certo e que vale ser seguido.
Revistas como a "Vice" seguem a mesma direção. No Brasil, há bons exemplos, como o "Coquetel Molotov" do Recife, a "Popload "do jornalista Lúcio Ribeiro, o "+Soma", dentre outros.
É claro que esse arranjo também traz desafios. Um deles é o inevitável conflito de interesses: o limite de quando termina o jornalismo e começa o marketing.
Isso gera distorções, como o excesso de bandas do Brooklyn no Primavera Sound (e em tantos outros festivais), puxadas pelo marketing do Pitchfork.
Mas esse é um problema que pode ser resolvido com alguns cuidados e, por ora, não mancha os bons serviços prestados por esse modelo à renovação da economia da música.



Já era
Grafite como atividade marginal

Já é
O "pixo" entrando oficialmente na Bienal de São Paulo

Já vem
"Guerilla gardening", a prática de criar jardins não autorizados em espaços públicos (bit.ly/xIYt)


Texto Anterior: Fale com a gente
Próximo Texto: Na estrada - Mayra Dias Gomes: "Lobisomens" é nova tribo jovem nos EUA
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.