|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Jornalismo on-line bomba festivais
SEMANA PASSADA, fui ao
Primavera Sound, em Barcelona, festival que abre a
temporada dos grandes
eventos de música europeus. Mais de 150 bandas
tocaram por lá, entre novatos e hypados como The Xx
e The Drums, e veteranos
como Pixies e Pavement.
Mais impressionante que
a boa escalação de bandas
é ver como, em meio a duas
crises -a da indústria fonográfica e a econômica (na
Europa, com desemprego
recorde na Espanha)-, o
Primavera Sound conseguiu
crescer tanto: foram 80 mil
espectadores em 2009 e 100
mil neste ano.
A internet ajuda a explicar o fenômeno. Plataformas de jornalismo musical,
como o site Pitchfork, passaram a desempenhar um
papel crescente no mercado
de shows.
Não só ajudam a formar
um público global para o
rock e a eletrônica indie
mas também produzem, no
mundo real, a circulação
das bandas.
No festival catalão, o
Pitchfork era literalmente o
dono de um dos principais
palcos do evento, onde tocaram vários dos artistas
mais esperados. Organiza
anualmente também seu
próprio festival em Chicago.
Essa aliança entre jornalismo musical na rede e produção real de bandas, em
festivais próprios ou não, é
um modelo que deu certo e
que vale ser seguido.
Revistas como a "Vice"
seguem a mesma direção.
No Brasil, há bons exemplos,
como o "Coquetel Molotov"
do Recife, a "Popload "do
jornalista Lúcio Ribeiro, o
"+Soma", dentre outros.
É claro que esse arranjo
também traz desafios. Um
deles é o inevitável conflito
de interesses: o limite de
quando termina o jornalismo e começa o marketing.
Isso gera distorções, como
o excesso de bandas do
Brooklyn no Primavera
Sound (e em tantos outros
festivais), puxadas pelo
marketing do Pitchfork.
Mas esse é um problema
que pode ser resolvido com
alguns cuidados e, por ora,
não mancha os bons serviços prestados por esse modelo à renovação da economia da música.
Já era
Grafite como atividade marginal
Já é
O "pixo" entrando oficialmente na Bienal de São Paulo
Já vem
"Guerilla gardening", a prática de criar jardins não autorizados em espaços públicos
(bit.ly/xIYt)
Texto Anterior: Fale com a gente Próximo Texto: Na estrada - Mayra Dias Gomes: "Lobisomens" é nova tribo jovem nos EUA Índice
|