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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Medos e problemas da vida universitária
JÁ CONTEI que voltei a fazer
um curso de graduação no
ano passado? Pois é! Estudei, fiz vestibular, passei e
reencontrei uma série de
problemas da universidade
pública brasileira. Prometi
tratar do tema na coluna. Já
escrevi sobre a dificuldade
para escolher o curso e o desinteresse inicial de alunos.
Agora, na reta final da segunda fase, a desistência de
mais uma colega chamou a
atenção. Por que tanta gente cancela ou tranca a matrícula nos primeiros anos
do curso? Será só escolha
equivocada? Não! É bem
mais complexo do que isso!
Do ponto de vista da universidade, muita coisa deixa a desejar. A qualidade
das aulas e dos professores
é irregular. Tem os bons,
mas também os muito desmotivados, cansados.
Às vezes, a estrutura física e os recursos materiais
não atendem às necessidades das turmas. Currículos
pesados e pouco espaço
para "experimentar" também emperram a formação.
Mas, talvez, o que mais
chame a atenção é a insistência em um modelo tradicional: aulas expositivas e
cobrança dos conteúdos em
trabalhos ou provas burocráticas. Será que ensino e
aprendizagem na universidade evoluíram tão pouco?
Do ponto de vista do aluno, muitos mudam de cidade para estudar, o que pode
ser importante para o crescimento pessoal.
Mas, longe da família,
nem sempre a adaptação é
fácil. Adicione-se a isso períodos de estresse por cobranças. Assim, quadros de
depressão, ansiedade, angústia e abuso de álcool podem ganhar força.
Isso sem citar falta de dinheiro, sobrecarga para
quem faz estágios e cursos
abertos mal planejados, entre outros tantos fatores.
Na semana em que a colega voltava para a sua casa,
a universidade oferecia quase 700 vagas de remanejamento (não preenchidas ou
de desistentes).
Será que, no futuro, as
mesmas questões vão continuar a existir?
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