São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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SEXO & SAÚDE

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Medos e problemas da vida universitária

JÁ CONTEI que voltei a fazer um curso de graduação no ano passado? Pois é! Estudei, fiz vestibular, passei e reencontrei uma série de problemas da universidade pública brasileira. Prometi tratar do tema na coluna. Já escrevi sobre a dificuldade para escolher o curso e o desinteresse inicial de alunos.
Agora, na reta final da segunda fase, a desistência de mais uma colega chamou a atenção. Por que tanta gente cancela ou tranca a matrícula nos primeiros anos do curso? Será só escolha equivocada? Não! É bem mais complexo do que isso!
Do ponto de vista da universidade, muita coisa deixa a desejar. A qualidade das aulas e dos professores é irregular. Tem os bons, mas também os muito desmotivados, cansados.
Às vezes, a estrutura física e os recursos materiais não atendem às necessidades das turmas. Currículos pesados e pouco espaço para "experimentar" também emperram a formação.
Mas, talvez, o que mais chame a atenção é a insistência em um modelo tradicional: aulas expositivas e cobrança dos conteúdos em trabalhos ou provas burocráticas. Será que ensino e aprendizagem na universidade evoluíram tão pouco?
Do ponto de vista do aluno, muitos mudam de cidade para estudar, o que pode ser importante para o crescimento pessoal.
Mas, longe da família, nem sempre a adaptação é fácil. Adicione-se a isso períodos de estresse por cobranças. Assim, quadros de depressão, ansiedade, angústia e abuso de álcool podem ganhar força.
Isso sem citar falta de dinheiro, sobrecarga para quem faz estágios e cursos abertos mal planejados, entre outros tantos fatores.
Na semana em que a colega voltava para a sua casa, a universidade oferecia quase 700 vagas de remanejamento (não preenchidas ou de desistentes).
Será que, no futuro, as mesmas questões vão continuar a existir?


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