JOVENS BRASILEIROS FATURAM ALTO EM COMPETIÇÃO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

Quer a taça do mundo seja nossa ou não, 2010 já é um ano de troféus para o Brasil -pelo menos para os alunos responsáveis por 19 projetos premiados durante a Intel Isef, a maior feira estudantil de ciências do mundo.
Foi a melhor participação do país no evento. Rendeu medalhas e dólares a esses craques dos livros e equipamentos de laboratório.
O páreo foi competido por 1.600 estudantes de 56 países, reunidos em maio na cidade de San Antonio (EUA).
"Foi inacreditável", resume Alejandro Scaffa, 17, cuja pesquisa sobre produção de etanol foi premiada na categoria bioquímica.
O garoto partiu de um micro-ondas doméstico, trocou suas válvulas e usou a engenhoca para matar os micróbios presentes na garapa da cana. Assim, conseguiu produzir etanol com até 8% mais eficiência do que o obtido pelo processo usual.
Tamara Gedankien, 17, foi outra que celebrou a primeira colocação. Somados, seus prêmios chegam a R$ 13 mil.
Pela segunda vez no evento, a garota criou um projeto de ensino que resgata conhecimentos antigos. Por exemplo: no colégio em que estuda, ensinou matemática para alunos mais novos a partir de conceitos da Torá (o livro sagrado do judaísmo).
A apresentação das pesquisas para os jurados, no pavilhão da feira, é um momento solene. "Tem de usar até salto alto!", diz Tamara.
À noite, foi hora de aposentar a calculadora e curtir as festas -sem álcool- do evento. E teve paquera? "Rolou uma interculturalidade muito grande!", brinca ela.
A celebração, porém, não termina nem com o fim do evento nem com a volta ao Brasil. Lucas Ferreira, 18, e Eduardo Boff, 18, já estão de olho na aplicação prática da prótese de baixo custo para amputações que lhes rendeu o segundo lugar no evento.
"Estamos registrando a patente e pensando no uso industrial", diz Lucas.


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