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O ataque dos indies
Novo festival em Chicago apresenta 41 bandas indies; confira as atrações que devem vir ao Brasil no segundo semestre
LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO
S altando do mundo
virtual para o real com
muita presença e uma
pequena ajuda de brasileiros, o site Pitchfork Media realizou seu primeiro grande festival no último final de semana de julho em Chicago, com 41 bandas, incluindo
aí os veteranos heróis dos Mutantes e os neocultuados internacionalmente Cansei de Ser
Sexy (SP) e Bonde do Role (PR).
A mais nova "bíblia" da cultura indie, o site americano Pitchfork é um espaço de resenhas
de discos, notícias e entrevistas
que há algum tempo é referência na música jovem, do tipo
"Você viu que tal disco ganhou
tal nota no Pitchfork?".
Cerca de 40 mil pessoas foram ao Union Park, desafiando
um calor de 35 graus, para percorrer três palcos e ver das bandas novas locais à banda trintona brasileira.
Dois destaques do Pitchfork
Music Festival vão desembarcar em breve no Brasil:
1) A banda inglesa Art Brut
carrega toda a fúria punk da nova safra inglesa agora em setembro para o palco do Motomix, festival que acontece em
São Paulo no dia 16. O show fez
por merecer o elogio de um jornal local: "Quando você está
vendo o Art Brut, a sensação
que se tem é a de estar diante da
melhor banda do mundo. Depois o show acaba e tudo volta
ao normal. Mas pelo menos você se divertiu".
O Art Brut é comandado por
Eddie Argos, cantor falador que
adora contar causos antes de
cada música. "Essa é sobre meu
irmão. Ele deu muito problema
para a minha mãe, que sempre
me culpou por isso", disse, antes de tocar "My Little Brother", história real do caçula da
família que precisou ir ao médico quando descobriu o rock.
2) Já Devendra Banhart,
atração do "nosso" Tim Festival em outubro, entrou no palco do Pitchfork e o ano parecia
ser o de 1972.
Devendra é herói do chamado freak-folk, a parte alta cultura da música indie atual. Seu
show é uma delícia. É tão paz e
amor que ele faz questão de dizer que ali todos são iguais. Não
existe banda e público; é tudo
uma coisa só. Daí chamou um
cara da platéia e pediu para o
rapaz mostrar uma música própria. O sujeito tocou uma canção de 6 minutos.
"Agora vou ficar sem tempo
de encerrar com uma cover do
Caetano Veloso", disse Devendra, quando retomou sua guitarra e agradeceu o moço. Aí
mandou seu último hit, a impagável "I Feel Just Like a Child",
sua maior concessão ao rock, e
encerrou o show.
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