São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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O ataque dos indies

Novo festival em Chicago apresenta 41 bandas indies; confira as atrações que devem vir ao Brasil no segundo semestre

LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

S altando do mundo virtual para o real com muita presença e uma pequena ajuda de brasileiros, o site Pitchfork Media realizou seu primeiro grande festival no último final de semana de julho em Chicago, com 41 bandas, incluindo aí os veteranos heróis dos Mutantes e os neocultuados internacionalmente Cansei de Ser Sexy (SP) e Bonde do Role (PR).
A mais nova "bíblia" da cultura indie, o site americano Pitchfork é um espaço de resenhas de discos, notícias e entrevistas que há algum tempo é referência na música jovem, do tipo "Você viu que tal disco ganhou tal nota no Pitchfork?".
Cerca de 40 mil pessoas foram ao Union Park, desafiando um calor de 35 graus, para percorrer três palcos e ver das bandas novas locais à banda trintona brasileira.
Dois destaques do Pitchfork Music Festival vão desembarcar em breve no Brasil:
1) A banda inglesa Art Brut carrega toda a fúria punk da nova safra inglesa agora em setembro para o palco do Motomix, festival que acontece em São Paulo no dia 16. O show fez por merecer o elogio de um jornal local: "Quando você está vendo o Art Brut, a sensação que se tem é a de estar diante da melhor banda do mundo. Depois o show acaba e tudo volta ao normal. Mas pelo menos você se divertiu".
O Art Brut é comandado por Eddie Argos, cantor falador que adora contar causos antes de cada música. "Essa é sobre meu irmão. Ele deu muito problema para a minha mãe, que sempre me culpou por isso", disse, antes de tocar "My Little Brother", história real do caçula da família que precisou ir ao médico quando descobriu o rock.
2) Já Devendra Banhart, atração do "nosso" Tim Festival em outubro, entrou no palco do Pitchfork e o ano parecia ser o de 1972.
Devendra é herói do chamado freak-folk, a parte alta cultura da música indie atual. Seu show é uma delícia. É tão paz e amor que ele faz questão de dizer que ali todos são iguais. Não existe banda e público; é tudo uma coisa só. Daí chamou um cara da platéia e pediu para o rapaz mostrar uma música própria. O sujeito tocou uma canção de 6 minutos.
"Agora vou ficar sem tempo de encerrar com uma cover do Caetano Veloso", disse Devendra, quando retomou sua guitarra e agradeceu o moço. Aí mandou seu último hit, a impagável "I Feel Just Like a Child", sua maior concessão ao rock, e encerrou o show.


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