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ENTREVISTA
Silverchair sai da toca para vir ao Rio
DA REPORTAGEM LOCAL
"Com certeza, vai ser o maior show de
toda a nossa carreira. Tocamos uma
vez para 80 mil pessoas em Washington,
mas o Rock in Rio vai ser bem maior. Vai
ser imenso", diz o músico Daniel Johns,
21, que vem ao Brasil pela segunda vez
com sua banda, Silverchair, para se apresentar no último dia do megafestival.
O precoce trio australiano, que surpreendeu o mundo pop ao vender milhões de exemplares de seu disco de estréia, "Frogstomp", de 1995 -época em
que seus integrantes tinham 15 anos, em
média-, será o penúltimo grupo a se
apresentar no Palco Mundo, no dia 21 de
janeiro, antes do Red Hot Chili Peppers.
Falante e muito bem-humorado, o guitarrista, vocalista e principal compositor
do Silverchair conversou com o Folhateen por telefone, de sua cidade natal,
Newscastle, na Austrália.
Daniel conta que o desejo de tocar no
festival o fez sair do casulo: "Quando recebemos a oferta, eu fiquei louco. Estamos tirando uma folga de 12 meses sem
fazer shows, para compormos material
para o próximo disco. Mas a oferta foi
boa demais para ser recusada".
Sobre as outras atrações do festival, ele
diz que gostaria de ver o Guns'n'Roses e
que acha esquisita a presença de artistas
como "N Sync e Britney Spears. "Eu não
acho bom, mas não me importo. A popularidade desses grupos é imensa, e não
há nada que eu possa fazer a respeito."
Após a passagem pelo Rio, o grupo retorna à Austrália para cuidar do próximo disco: "Estou me concentrando mesmo em compor novas músicas para o
Silverchair. Espero terminá-las rápido,
para que a gente possa entrar logo em estúdio e gravá-las". Daniel afirma que está
compondo ao piano pela primeira vez e
que isso trará maior complexidade ao
som do grupo, comumente comparado
ao grunge de Nirvana e Pearl Jam.
Sobre isso, o vocalista declara: "Nosso
primeiro álbum é muito semelhante à
essa cena. Quando o escrevemos, tínhamos 14 anos, o grunge era a música do
momento, e nessa idade você é impressionável e vulnerável a modas. Mas as
pessoas que dizem que ainda soamos como Pearl Jam ou Nirvana não ouviram o
que estamos fazendo".
Daniel, que diz escutar hip hop
-Missy Elliott, em especial-, dance
music e rock antigo, como Peter Gabriel
e Velvet Underground -ele recomenda
o grupo australiano Magic Dirt, que já
tocou com Sonic Youth, Pavement e Dinosaur Jr.-, acaba de lançar um disco
em parceria com Paul Mac, um artista de
dance music da Austrália, chamado "I
Can't Believe It's Not Rock" ("Eu Não
Acredito Que Isso Não É Rock"). A dupla também remixou a canção "Slave To
The Wage", do Placebo.
Sobre a coletânea "The Best Of", ele é
incisivo: "Não tivemos nada a ver com
isso. Nós não apoiamos o lançamento
dessa coletânea e não a compraríamos,
se fôssemos fãs."
(MARCELO VALLETTA)
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