Carreira exige conhecimentos de medicina e de psicologia, e o profissional deve lidar diretamente com os pacientes

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Gente que cuida de gente". Usada com freqüência para resumir a atividade dos enfermeiros, a expressão define bem essa profissão, que alia formação técnico-científica à capacidade de lidar com os pacientes.
Enfermeiros são como uma mistura de professores, psicólogos e médicos. A função deles é dar toda a assistência para os pacientes, e isso inclui medir temperatura, pressão, dar injeções e até pequenas broncas se for preciso.
"Na formação pessoal de um enfermeiro, o equilíbrio, a sensibilidade e a atitude compreensiva têm grande relevância", analisa a diretora da faculdade de enfermagem da USP, Ana Maria Kazue Miyadahira.
Nas escolas de enfermagem, as grades curriculares têm 55% das matérias voltadas para atividades práticas.
A partir do quarto semestre, em várias faculdades, os alunos começam a entrar em contato com pacientes em unidades básicas de saúde, particulares ou do Estado, sempre sob supervisão de professores.
Segunda Ana Maria, os principais campos de atuação ainda são hospitais, institutos de saúde, ambulatórios e clínicas particulares.
Para ela, a expansão do mercado deve ocorrer em áreas relacionadas ao ensino e à pesquisa. "É cada vez maior a utilização de pesquisas acadêmicas, que desenvolvem e modificam as técnicas da enfermagem", afirma.
A profissão é exercida majoritariamente por mulheres, ainda que nos últimos anos tenha havido participação crescente dos homens no corpo de profissionais registrados pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). "Eu não saberia dizer por que isso acontece. Acho que é por alguns fatos como o lado maternal da profissão, de cuidar das pessoas, do lar", explica Ana Maria.

Medicina
É mais ou menos aí que reside a diferença entre medicina e enfermagem. Segundo a diretora da escola de enfermagem da Faculdade São Camilo, Denise da Costa Lorencetti, a medicina está voltada para o diagnóstico e para o tratamento de doenças por meio de remédios e operações. "O enfermeiro é quem tem contato direto com o paciente durante o período de tratamento ou no pós-operatório", afirma.
A educação comunitária também faz parte da profissão. "Boa parte da saúde hoje está voltada para a prevenção e para a educação, principalmente por conta de programas promovidos pelos governos estaduais e municipais. Parte dos profissionais formados em enfermagem se dedica a essas atividades", completa Denise.


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