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MÚSICA
Os contadores de história
Green Day lança CD com roteiro e vigor e Eminem põe drogas para fora em álbum
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem diz que revolta juvenil é coisa normal e
passageira não deve ter
ouvido "21st Century Breakdown", CD novo do Green Day.
O álbum mostra que duas décadas de carreira e cinco anos
sem gravar inéditas não foram
suficientes para baixar o fogo
rebelde do vocalista Billie Joe.
Billie continua ganhando no
grito. As melhores músicas do
CD são as berradas, só que com
uma voz mais clara do que há
dez anos. É o caso de "Horse
s hoes and Handgrenades", que
lembra bem "Basket Case", um
dos primeiros hits deles.
Também continuam eternamente jovens os palavrões. E
seguem atemporalmente infantis críticas como "você é
uma vítima do sistema; você é
seu pior inimigo", de "Restless
Heart Syndrome".
A diferença de "21st" é que
seu fervor vem em forma de
historinha. Dividido em três
atos, o CD é tipo uma opereta,
com músicas que dialogam.
Exemplo: a assertiva "Viva la
Gloria!", do primeiro ato, vira a
insegura "Viva la Gloria? (Little
Girl)" do segundo ato, quando
as coisas vão mal e o mundo se
torna um lugar hostil.
Mas fique tranquilo: entre
baladas como "Last Night on
Earth" e o baixo nervoso de Mike Dirnt, a "trip" tem final feliz.
Uma(s) droga(s)
Voltou também o rapper Eminem, que estava em abstinência musical há quatro anos e
agora lança o CD "Relapse".
Para se livrar dos tóxicos, ele
decidiu jogá-los em 20 músicas
de rimas sombrias.
Elas deram em um CD o.k.,
mas só lembram o disparatado
de cabelo oxigenado de antes
quando ele manda todo mundo
à..., inclusive a si mesmo.
(CHICO FELITTI)
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