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MÚSICA
Pitty conta com exclusividade ao Folhateen como é "Anacrônico", que chega às lojas nesta semana; a cantora ainda comenta algumas faixas desse trabalho
Retirante do rock
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
A história da garota baiana que deixou Salvador para ser roqueira no
Sudeste ganha mais um capítulo
nesta semana, quando chega às lojas "Anacrônico", segundo disco de Pitty, 27. Há
dois anos, ela lançava seu "Admirável Chip
Novo", CD de estréia que deu toque feminino a um mundo dominado por homens.
O sucesso foi tanto que ela não saiu mais
do ar. Além dos vários hits que esse trabalho rendeu, ela permanece nas rádios cantando com o grupo Ira! "Eu Quero Sempre
Mais" e também com sua música nova, a
mesma que dá nome ao novo álbum.
Em entrevista exclusiva ao Folhateen,
Pitty fala sobre o disco e, de quebra, comenta cada uma de suas 13 faixas.
Folha - Em que sentido o novo disco é
anacrônico?
Pitty - É anacrônico porque tem músicas
antigas e novas e uma atualidade de sonoridade. Gravamos o disco com todo mundo
tocando junto e usando o mínimo de tecnologia. E também refere-se ao momento
que vivemos, ao fato de estarmos, no século
21, nos deparando com problemas antigos,
com questões da humanidade que nunca
foram resolvidas.
Folha - As letras de um compositor partem da vivência pessoal dele. O sucesso
certamente mudou a sua vida. Como isso
se refletiu nas letras?
Pitty - Embora os questionamentos continuem bastante parecidos, sempre a gente
é influenciado pelas coisas que estão acontecendo. Nesses dois anos aconteceram
muitas coisas, mas nada que faça com que
eu me distancie da minha essência.
Folha - Nas músicas que falam de amor,
há muito ressentimento. Por quê?
Pitty - Na verdade, "Na sua Estante" é a
mais dirigida ao relacionamento amoroso,
pois realmente fala sobre desilusões e ressentimentos. As obras artísticas que mais
me emocionam provêm de tragédias. Talvez eu só saiba falar de tragédias (risos).
Folha - Mas a sua vida é boa.
Pitty - Pô, a minha vida é boa e ruim,
igual a de todo mundo. A lei máxima da vida para qualquer um é que ninguém pode
ter tudo. Você pode ter uma vida aparentemente boa, mas, dentro de você, vai ter
sempre uma angústia. Isso às vezes não significa muito para quem está de fora. Os valores são coisas bem particulares.
Folha - Então a gente nunca está feliz?
Pitty - Acho que a insatisfação é uma coisa inerente ao ser humano. Você sempre
vai querer alguma coisa que não tem. Embora você tenha muitos momentos felizes, é
inevitável que em algum momento você
queira alguma outra coisa.
Folha - Adolescentes que gostam de você também curtem cantoras como Avril
Lavigne, acusada de ser uma artista fabricada. O que você acha de ser considerada
"farinha do mesmo saco"?
Pitty - Isso não está na minha mão. É uma
questão de mídia, da forma como as pessoas divulgam, é a prateleira onde colocam
o seu disco. Torço para que a forma como
eu faço as coisas fique cada vez mais clara.
Folha - Seu próximo CD será um Acústico
MTV?
Pitty - Eu acho que não... (risos). O tempo
vai dizer, mas, por enquanto, sinceramente, eu acho que não.
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