São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Governo distribui menos camisinhas, mas elas não estão em falta

DO EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Apesar da redução da gravidez entre jovens, a camisinha anda em baixa. Alegando estar ajustando a oferta à demanda, o Ministério da Saúde cortou, entre 2009 e 2010, 30% das remessas de camisinhas (aquelas gratuitas de posto de saúde), de 465 para 327 milhões.
O Folhateen visitou uma unidade da saúde na periferia e outra no centro da capital. De fato, não viu falta de camisinhas.
No Rio Pequeno (zona oeste), o posto fica ao lado de uma favela. Para pegar camisinhas, é preciso entrar na fila da distribuição de remédios. A espera foi de 20 minutos -fingindo não ter visto a placa de "dê preferência a idosos", que tornaria impossível alcançar o guichê. "Os adolescentes vêm muito em grupo. Ficam tímidos, rindo na fila, aí já ofereço o preservativo", diz a funcionária Olga de Oliveira.
Em Santa Cecília (centro), não há fila: as camisinhas ficam em um tubo na parede. É só pegar. "Não falta. Mesmo no Carnaval", diz a enfermeira Silvana Rosa.
Com menos camisinhas nos postos (sem ninguém reclamar), como se realiza o milagre da redução das grávidas? "Os adolescentes fazem muito coito interrompido. É péssimo, e com adolescente é pior ainda. Ele está ansioso, não tem controle nenhum", diz o médico Marco Aurélio Galletta.
"Há ainda a pílula do dia seguinte, que eles também estão usando muito. Também é muito ruim. Bagunça todo o ciclo da menina e não é tão eficaz."


Texto Anterior: Os 200 mil bebês que não nasceram
Próximo Texto: A mistureba de Duff
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.