São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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música

Os inesquecíveis

Novo álbum do Forgotten Boys presta homenagem aos ídolos da banda

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo disco do quarteto roqueiro paulistano Forgotten Boys chega às lojas na próxima semana com um leve clima de roça.
Mas não, a banda não sucumbiu à onda folk que se abateu sobre os palcos paulistanos. Apenas se apropriou do cenário que inspira muitos cantores desse gênero para compor as canções de "Louva-a-Deus".
Por três meses, o grupo deixou São Paulo, sua eterna fonte de inspiração, e se isolou, com instrumentos e equipamentos de som, no interior. "A vantagem de ter um lugar nosso, longe de tudo, para compor e ensaiar é que isso nos deu mais liberdade. A gente não tinha que se preocupar com horário de estúdio ou qualquer influência externa. Ficamos só concentrados na música", diz o guitarrista e vocalista Gustavo Riviera, 30, que improvisou um estúdio na casa de campo dos pais para preparar o CD.
Mas não espere nada muito bucólico em "Louva-a-Deus". A banda segue firme na sonoridade rock'n'roll fortemente influenciada pelo punk, com letras em inglês e português.
A tranqüilidade do campo também permitiu um entrosamento maior da banda. "Esse é o segundo disco que a gente faz com a mesma formação. A banda está muito mais madura", diz o baixista Zé Mazzei, 27, que entrou no grupo em 2005, quando foi gravado o disco anterior, "Stand by the Dance".
O grupo também contou com novo colaborador. Sai de cena Daniel Ganjaman -que trabalha com o grupo desde o começo da carreira e produziu "Stand by the Dance" e outros dois "split album"- e entram Apollo 9 e Roy Cicalla (que já gravou com John Lennon e Patti Smith, entre outros). "Foi fundamental ter novos olhares. Eles nos ajudaram a criar um disco que é bem diferente dos anteriores", avalia o guitarrista Chuck Hipólitho, 30.
O álbum marca também a volta da banda à independência. Após ter lançado "Stand by the Dance" pela ST2, o novo trabalho sai por um selo próprio, o Forgotten Boys Records.
E a internet é mais uma aliada na sempre difícil tarefa de promover o CD. No dia 29 de agosto, o grupo deixou o álbum disponível no site oficial (www.forgottenboys.com.br) por uma tarde inteira. Tiveram 3.522 downloads. "O importante é que as pessoas ouçam o disco. Quem é fã vai baixar na internet e depois comprar o CD", acredita Chuck.
Se, por um lado, o grupo se sente à vontade na independência, por outro, já sente a necessidade de crescer. Com 11 anos de estrada e todos os integrantes já na faixa dos 30, os inferninhos do rock já estão ficando pequenos para as ambições do Forgotten Boys. "A gente tem vontade de expandir, de conquistar um público maior, de fazer apresentações com mais estrutura e talvez até pensar em uma carreira internacional", diz o baterista Flavio Cavichiolli, 34.
Mas, enquanto o mainstream não bate à porta, o grupo segue dominando o underground. A agenda de shows dos rapazes inclui, até novembro, festivais independentes em Goiânia, Paraná, Brasília e Natal, entre outras cidades.
Em São Paulo, a banda se apresenta amanhã com o Vanguart no teatro Décio de Almeida Prado (r. Cojuba, 45, Itaim), às 20h, e no dia 10 de outubro no Studio SP.

Homenagem
Além de trazer novas referências musicais, como reggae, soul e funk, o disco resgata e homenageia os ídolos que sempre influenciaram o trabalho do grupo, alguns retratados na ilustração da capa.
"O nome do disco vem do fato de a fêmea louva-a-deus comer a cabeça do macho depois da cópula. A gente também se apropriou de muitas referências ao longo da carreira, de escritores a músicos, como Iggy Pop, Bob Dylan e Jimi Hendrix", justifica Chuck.
(LETICIA DE CASTRO)

LOUVA-A-DEUS
Forgotten Boys
www.forgottenboys.com.br



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