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cinema
Por trás da porta
A animação
"Coraline", baseada na obra de Neil Gaiman, estreia na sexta-feira 13
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é novidade uma
criança encontrar
um mundo fantástico escondido embaixo do seu nariz.
Em "Crônicas de Nárnia", ele
está dentro do armário dos irmãos Pevensie. Em "Alice no
País do Espelho e o que ela Encontrou Lá", basta passar pela
moldura em cima da lareira.
O filme "Coraline e o Mundo
Secreto", adaptação de um livro
do inglês Neil Gaiman (ed. Rocco, 160 págs., R$ 31), segue pelo
mesmo gênero. Nesse caso, o
ponto de contato entre os dois
mundos é uma pequena porta
escondida atrás do papel de parede da sala.
É por essa porta que Coraline
passa para escapar da vida solitária no casarão antigo em que
mora com os pouco atenciosos
pais. À noite, segue um ratinho
saltitante pelo caminho secreto
e chega ao incrível mundo... da
sua própria casa.
Mas, no outro lado da porta,
as coisas são um pouco diferentes. Sua mãe, por exemplo, é
atenciosa e cozinha quitutes
deliciosos. Seu pai, em vez de
trabalhar o dia todo, compõe
músicas no piano de cauda.
Solução fácil
Para quem estava descontente, a casa da realidade alternativa parece resolver todos os problemas. Até o vizinho chato, o
Wybe, fica mais legal -lá, ele é
mudo e não fica pentelhando a
Coraline o tempo todo.
O tempo vai passando e a menina se apaixona cada vez mais
pelas coisas que estão atrás da
porta. As velhas decadentes
que moram no porão do palácio
viram atrizes talentosas. Os ratos do russo maluco que mora
no sótão montam um circo. Até
o jardim fica mais florido.
Aos poucos, porém, Coraline
vai se dando conta de que nada
daquilo vem desacompanhado
de um preço. Parece fácil fazer
os pais lhe darem a atenção que
ela quer, o vizinho interagir na
medida que ela quer, os vizinhos serem quem ela quer sejam -mas a lição que aprende é
a de que não existem soluções
milagrosas para os problemas
do mundo real.
Adaptação
O filme de "Coraline" segue a
linha do livro, desviando-se dela em alguns pontos. O russo
Bobinski era, originalmente,
apenas um velho sem nome. E o
Wybe, então, nem existia.
Mas a arte da animação carrega bem a atmosfera sombria
do livro, com um estilo próprio
de contornos pouco realistas. O
destaque vai para a abertura, de
dar frio na espinha.
A animação de "Coraline",
cuja direção ficou por conta de
Henry Selic (de "O Estranho
Mundo de Jack"), estreia na
sexta-feira 13 em versões dublada e legendada, com cópias
também em 3D. A classificação
etária ainda não foi definida.
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