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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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02 NEURÔNIO

O amor é um grande laço

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO

COLUNISTAS DA FOLHA

Uma de nossas últimas colunas, aquela sobre "apelidinhos íntimos", causou a maior polêmica. Para quem não se lembra, recomendamos algumas regras ao usar aqueles apelidos do tipo "mô" para se referir ao namorado. E, embora muita gente tenha vestido a carapuça e confessado usar apelidos bizarros, recebemos uma carta do leitor Jamil que dizia que estávamos "semeando a insensatez". O ex-leitor (sim, porque ele deve ter desistido da gente) ainda dizia: "Ridículo é aquele que não está pronto para a paixão, para o carinho e para o amor".
Culpadas por estarmos fazendo patrulha idelógica dos relacionamentos e por não estarmos prontas para o carinho (coisa que nossos psicanalistas já haviam descoberto muito antes do Jamil), resolvemos liberar. Pelo menos nas próximas 72 horas, já que o Dia dos Namorados se avizinha.
Se você tem namorado e anda reprimindo comportamentos típicos do superego descontrol, libere! Libere esse ursinho de pelúcia que há dentro de você. E, se você não tem namorado... bem, você se ferrou!

  É permitido enviar cartões do Garfield para a pessoa amada.
  Fica liberada até a confecção de camisetas com uma foto do casal estampada.
  A compra daqueles bonequinhos do tipo pom-pom que ficam segurando placas com dizeres "você é minha fofura" também é permitida. Eles são sempre encontrados nas paradas de ônibus no meio de estradas ermas.
  No dia 12, você poderá libertar-se de toda opressão e comprar uma cesta de café da manhã para comemorar logo de manhãzinha uma data tão importante.
  Ninguém mais será acusado de ser mané porque só faz programas com o namorado ou com a namorada. E porque só convida o alheio quando o ente querido dá um bolo.
  Comer fondue também não será considerado uma coisa ridícula. Mesmo que você more em lugares quentes como o Rio de Janeiro ou Rondônia.
  Jovens casais com filhos podem se chamar de "pai" e "mãe". Mas só até o dia 12. Depois, acabou. Desculpe, Jamil, mas isso é cafona messsmo!
  No prazo de 72 horas, casais podem falar tudo na primeira pessoa do plural. "Nós adoramos comer massa; nós adoramos tomar um vinhozinho no frio."
  Casais também podem ter a mesma opinião sobre tudo. Por exemplo: "Nossa cor preferida é flicts". Quer dizer, isso eles não podem dizer. Porque flicts sempre foi e sempre será a cor preferida dos solteiros, por definição.
  E os apelidinhos íntimos ridículos poderão ser gritados em público e serão considerados uma linda prova de amor. Além, é claro, de o casal ter o direiro supremo de só falar as palavras no diminutivo. Libera o gogó, Jamil!
PS. E, se você é solteiro, sim, pode achar que tudo isso é mesmo cafona. Mas o amor é assim. E quem nunca foi cafona por amor na vida que acerte o primeiro ursinho de pelúcia!



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