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02 NEURÔNIO
O amor é um grande laço
JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA
Uma de nossas últimas colunas, aquela
sobre "apelidinhos íntimos", causou
a maior polêmica. Para quem não se
lembra, recomendamos algumas regras
ao usar aqueles apelidos do tipo "mô"
para se referir ao namorado. E, embora
muita gente tenha vestido a carapuça e
confessado usar apelidos bizarros, recebemos uma carta do leitor Jamil que dizia que estávamos "semeando a insensatez". O ex-leitor (sim, porque ele deve
ter desistido da gente) ainda dizia: "Ridículo é aquele que não está pronto para
a paixão, para o carinho e para o amor".
Culpadas por estarmos fazendo patrulha idelógica dos relacionamentos e
por não estarmos prontas para o carinho (coisa que nossos psicanalistas já
haviam descoberto muito antes do Jamil), resolvemos liberar. Pelo menos
nas próximas 72 horas, já
que o Dia dos Namorados
se avizinha.
Se você tem namorado e
anda reprimindo comportamentos típicos do superego descontrol, libere! Libere
esse ursinho de pelúcia que
há dentro de você. E, se você
não tem namorado... bem,
você se ferrou!
É permitido enviar cartões do Garfield para a pessoa amada.
Fica liberada até a confecção de camisetas com uma foto do casal estampada.
A compra daqueles bonequinhos
do tipo pom-pom que ficam segurando
placas com dizeres "você é minha fofura" também é permitida. Eles são sempre encontrados nas paradas de ônibus
no meio de estradas ermas.
No dia 12, você poderá libertar-se
de toda opressão e comprar uma cesta
de café da manhã para comemorar logo
de manhãzinha uma data tão importante.
Ninguém mais será acusado de ser
mané porque só faz programas com o
namorado ou com a namorada. E porque só convida o
alheio quando o ente querido dá um bolo.
Comer fondue também
não será considerado uma
coisa ridícula. Mesmo que
você more em lugares quentes como o Rio de Janeiro ou
Rondônia.
Jovens casais com filhos podem se
chamar de "pai" e "mãe". Mas só até o
dia 12. Depois, acabou. Desculpe, Jamil,
mas isso é cafona messsmo!
No prazo de 72 horas, casais podem falar tudo na primeira pessoa do
plural. "Nós adoramos comer massa;
nós adoramos tomar um vinhozinho
no frio."
Casais também podem ter a mesma opinião sobre tudo. Por exemplo:
"Nossa cor preferida é flicts". Quer dizer, isso eles não podem dizer. Porque
flicts sempre foi e sempre será a cor preferida dos solteiros, por definição.
E os apelidinhos íntimos ridículos
poderão ser gritados em público e serão
considerados uma linda prova de amor.
Além, é claro, de o casal ter o direiro supremo de só falar as palavras no diminutivo. Libera o gogó, Jamil!
PS.
E, se você é solteiro, sim, pode
achar que tudo isso é mesmo cafona.
Mas o amor é assim. E quem nunca foi
cafona por amor na vida que acerte o
primeiro ursinho de pelúcia!
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