SKATE É PROFISSÃO DE JOVENS QUE VIAJAM PELO MUNDO PARA COMPETIR

Renato Stockler/Na Lata

A brasileira Leticia Bufoni, 17, mora sozinha em Los Angeles para treinar

ELISANGELA ROXO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Só em 2010, Leticia Bufoni, 17, esteve em Londres, Roma e Praga. Tudo antes de conquistar o vice-campeonato do X-Games, as olimpíadas dos esportes radicais, na semana passada. O brasileiro Pedro Barros, 15, foi o campeão na modalidade park. Como ela, ele perdeu a conta dos países que já conheceu por conta do skate.
"Quando eu comecei, foi uma brincadeira. Nunca imaginei que levaria o skate tão a sério. Sabe quando tem a modinha da vez? Era isso", explica Letícia. Também por conta do esporte, ela mora em Los Angeles desde 2007.
Os shapes (pranchas de madeira) deles estão cheios de adesivos de patrocinadores. "O skate é uma profissão que rende dinheiro e que é respeitada", define Pedro.
Ele reclama de preconceito sobre a polêmica de os skatistas usarem a cidade para treinar (leia texto ao lado). "Essa história de que a gente atrapalha acontece porque as prefeituras não investem em pistas de skate decentes e adequadas", afirma Pedro.

GAROTAS SOBRE RODAS
Leticia se inspirou na americana Elissa Steamer, uma "rainha do skate" que virou até personagem do game "Pro Skate". "Ela ganhou muitas vezes. E teve uma marca de tênis só dela", diz.
A vida de adolescente skatista profissional é boa. Ela pratica, no mínimo, uma hora por dia. "Não é que treino tanto que não tenho tempo de fazer outras coisas. Eu viajo bastante." Por causa da estrada, teve que parar de estudar, mas pretende voltar. Só não sabe quando.
Nas horas vagas, é vocalista de As Catantes, banda que formou com outras skatistas brasileiras que moram nos Estados Unidos. "Falamos sempre sobre alguma sacanagem que um cara fez com uma mina", explica.
A carreira na música promete, e a banda já ensaia a gravação de um disco. "Jamais deixaria o skate para virar cantora", promete.


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