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NA ESTRADA
Mal-estar na música
Fãs de música são egoístas. Os que ouvem hard rock
ou os que ouvem hardcore. Não se conformam
quando aquela banda querida muda de estilo,
quando experimenta com um som mais leve ou mais pesado ou quando deixa de ser underground e conquista a
massa. "Eles se venderam", dizem, com convicção de
que são fãs verdadeiros, admiradores desde o início,
muito antes do tal sucesso. Eu já me encontrei nessa situação, tenho que admitir. Você provavelmente também. "Eu gostava deles antes de tocarem nas rádios."
A banda paulistana Bastardz está passando por um
momento assim. Antigos fãs do grupo, que representava
o "sleaze rock" no Brasil, estão indignados com a drástica mudança dos garotos que começaram em 2004 com
laquê no cabelo, maquiagem e uma formação já extinta.
Depois do desempenho em território underground
internacional com músicas em inglês, e de momentos
marcantes como um show com Steve Summers, do
Pretty Boy Floyd, e Steve Rachelle, do Tuff, os Bastardz
resolveram arriscar. Trocaram de vocalista, apostaram
em músicas em português e deixaram para trás as velhas influências de New York Dolls e Backyard Babies
para usufruir de influências modernas como Avenged
Sevenfold e Papa Roach. O motivo é simples: Danny,
Mid, Thomas, L.C. e Junior querem percorrer um caminho amplo no país onde nasceram. A evolução é natural
e atrai jovens meninas e meninos.
Duas músicas foram recentemente lançadas no
Myspace da banda (www.myspace.com/bastardz):
"Mal Estar" e "Vício". Devo dizer que assino a letra da
primeira e que colaborei com a segunda. "Mal Estar",
minha preferida, ganhou tratamento especial e se
transformou em um clipe superproduzido para os padrões nacionais. Contamos com a direção do Nicolas
Graves, vocalista da banda Vampiros e Piratas, a produção da Gasolina Filmes e as participações do Nene Altro
(Dance of Days) e da Mayra Dias Gomes (eu mesma,
por mais que soe umbiguista).
Aproveito o Halloween e a inspiração que a data traz
para recomendar a música de uma banda que sempre
surpreende. Dessa vez, não somente transformando-se
em zumbis, mas também em roqueiros corajosos o suficiente para enfrentar o julgamento do público.
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